COMPARTILHAR

Efeito das polêmicas?

Para o analista político, partido pode sofrer com recentes posicionamentos. Temas como descriminalização do aborto geraram desgaste para o candidato que lidera as pesquisas

Jair Bolsonaro e Lula estão cada vez mais próximos nas pesquisas eleitorais | Fotos: Reproduções

A corrida eleitoral para o Palácio do Planalto tem tomado rumos cada vez mais incertos, principalmente para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Isto porque, nos últimos dias, o ex-presidente e o partido estão tratando de temas como revisão de reformas, descriminalização do aborto, controle social da mídia. Segundo o analista político Janiel Kempers a folga nas pesquisas pode ter sido o fator pelo qual a sigla tenha buscado adotar essa estratégia e que agora precisa ser alterada às pressas.

Uma “super crença numa vitória estarrecedora”, deu espaço para a recuperação de Jair Bolsonaro (PL), apontou também o especialista. “O grande problema na estratégia do PT, foi tentar falar somente a quem já é eleitor decidido do ex- presidente Lula, deixando de lado um percentual importante de indecisos, o que abriu precedentes para uma recuperação substancial de Jair Bolsonaro”, afirma.

Segundo pesquisa do PODERDATA, realizada entre os dias 10 e 12 de abril, se a eleição fosse realizada apenas com um intermediário, Lula teria 46% do total de votos no primeiro turno, mais do que o número de opositores nessa subdivisão somados – outros 16% teriam votado em Jair Bolsonaro (PL). Essa corrente representa apenas 17% dos eleitores, uma queda de 8 pontos percentuais em relação a agosto de 2021. A contrapartida direta é de 33%.

Nos últimos dias os discursos das principais lideranças do PT mudaram. Segundo Kempers, a cúpula da campanha petista irá traçar um novo perfil para Lula, a fim de angariar votos do centro.”Estrategicamente falando, o marketing da campanha de Lula irá trabalhar uma imagem mais ‘paz e amor’, buscando tirar uma pouco do esquerdista radical, enraizada pelos movimentos sociais como MST, e levando mais para a esperança” e “união” e o foco em geração de emprego”, pontua.