Com dificuldade em conseguir partido, Mendanha deve adiar mais uma vez anúncio de filiação
18 março 2022 às 11h30

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Diálogo com legendas se estende e gera dificuldade de abrigar uma candidatura
Mais uma vez a expectativa do anúncio da filiação de Gustavo Mendanha (sem partido) para a disputa ao Governo de Goiás não deve ser cumprida nesta sexta-feira, 18. Embora o prefeito de Aparecida de Goiânia tenha declarado, em live, que faria o anúncio até o fim desta semana, ainda não há uma decisão formada sobre o rumo dele para a disputa das eleições. Com guarita garantida em partidos pequenos, sem tempo de TV e com pouco recursos do fundo eleitoral, como o Democracia Cristã (DC) e o Patriota, ele ainda tenta conseguir espaço em siglas maiores, como o Partido Liberal (PL) e do Partido Social Democrático (PSD). Neste momento, no entanto, a maior possibilidade para ele é o Podemos, legenda que em Goiás é presidida pelo vice-prefeito de Aparecida, Vilmar Mariano.
Isso porque, pelo PL e pelo PSD, Mendanha ainda encontra resistência. No PL, o maior desafio continua sendo o racha no partido, que divide apoios entre ele e Major Vitor Hugo (União Brasil), ligado ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e apoiado nacionalmente pela base da legenda. Mendanha só tem o apoio local do presidente regional do partido, Flávio Canedo, e da mulher dele, a deputada federal Magda Mofatto (PL). Na tentativa de filiação ao PSD, Gustavo Mendanha também encontra forte divisão. A maior parte da sigla, vinculada ao presidente Vilmar Rocha, quer seguir com um projeto aliado ao governador Ronaldo Caiado (UB), que busca a reeleição; enquanto um outro grupo, próximo do senador Vanderlan Cardoso (PSD), segundo apuração de bastidores, aposta na filiação de Mendanha para o lançamento de uma candidatura de oposição.
Em meio ao quadro de indefinição, Patriota e DC demonstraram abertura a Mendanha. A situação, no entanto, não parece ter sinais de uma solução próxima quando, segundo as próprias lideranças partidárias. Apesar do nome dele ter força na base local do Patriota, ainda há resistência dentro da legenda por conta da força do deputado estadual Vitor Hugo, que desponta como candidato do presidente Jair Bolsonaro ao Governo de Goiás, e pelo vínculo histórico de Mendanha com partidos de esquerda e mais progressistas, que inclusive compõem a base dele na administração da Prefeitura de Aparecida de Goiânia.
Ao Jornal Opção, o presidente do Patriota, Jorcelino Braga, declarou que ainda não há definição sobre a filiação do prefeito de Aparecida. “O Mendanha está livre para conversas e definição de seu rumo partidário”, completando ainda que não tem datas de previsão de uma possível filiação. O DC também demonstra forte interesse em lançar Mendanha como candidato, mas não parece ter atrativos o suficiente para a força que a campanha dele espera ter, conforme comentários do próprio presidente do partido, Alexandre Magalhães. “Para o DC seria excelente tê-lo como candidato a governador, mas não temos dinheiro e nem tempo de TV”, explica.
Além disso, a provável ida do prefeito para o partido, pequeno em comparação a nomes como do PL e do PSD, poderia colocar em xeque candidaturas de parlamentares. Pensando nisso, uma reunião feita com apoiadores de Mendanha discutiu a viabilidade partidária e definiu alguns candidatos que também poderiam acompanhá-lo nessa base. Entre os nomes apontados estão Zé Carapô, Alysson Lima, Paulo Trabalho, Sérgio Bravo, Cláudio Meirelles e Magda Moffato.
Diante de tantos impasses, o Podemos desponta como provável alternativa mais viável. Nas mãos do vice-prefeito de Aparecida de Goiânia Vilmar Mariano, o Podemos pode ser uma das saídas para Gustavo Mendanha, caso não se console a ida para partidos maiores. “Existem várias possibilidades. Não tem nada certo. Essa questão de filiação do Gustavo passa muito pela questão nacional, como de federação”, aponta.