Com Brasil no mata-mata, saiba o que fazer para proteger o seu pet dos fogos de artifício

05 dezembro 2022 às 11h49

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Iniciando a sua jornada no mata-mata da Copa do Mundo de 2022, o Brasil enfrentará a Coreia do Sul nesta segunda-feira, 05, às 16h, em confronto pelas oitavas de final. Entretanto, com o afunilamento da competição e os ânimos à flor da pele, os fogos de artifício serão cada vez mais usados como uma forma para extravasar tal êxtase. Por exemplo, a cada gol da Seleção Brasileira na fase final, inúmeras pessoas vão comemorar soltando rojões.
Só que essa forma de comemoração pode gerar inúmeros problemas, como o que aconteceu em uma vizinhança do Setor Leste Universitário, durante a vitória contra a Suíça, por 1 a 0, na última semana. Segundo a professora Diane Valdez, docente da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Goiás (FE/UFG), em contato com o Jornal Opção, uma moradora da rua causou incômodos na região por conta dos fogos de artifício que soltava.
“Temos uma vizinha do prédio do lado que solta rojões que fazem muito barulho. Ela joga na rua, uma falta de respeito de gigante”, contou a moradora, que é dona de dois gatos que sempre se escondem por conta dos estrondos. “Um cão aqui do nosso edifício teve problemas de ouvido e precisou ir ao veterinário porque estava muito assustado. O cachorro chorava muito de dor”, completou.
A professora ainda relatou que um grupo de moradores da vizinhança se juntou depois da partida para reclamar com a vizinha. Entretanto, ela não parou com as ações e ainda teria feito deboche. O que fez com que a Polícia Militar fosse acionada para intervir no problema.
“Aqui no nosso prédio, ninguém solta fogos porque é um combinado que temos. Sabemos que muita gente tem animais e eles sofrem muito com isso. Não só eles, mas as pessoas também, como bebês, crianças e idosos. Mas, os prédios no entorno ainda soltam rojões. Então, o que queremos fazer é um movimento para que se comemore, mas sem soltar fogos”, contou Valdez.
Diane também ressaltou que a moradora uma vez quase atingiu uma senhora que caminhava na rua, próximo ao Hospital das Clínicas da UFG.
De acordo com a professora Kellen de Sousa Oliveira, da Escola de Veterinária e Zootecnia da UFG, os animais, como cães, possuem uma audição mais aguçada que a dos humanos e por isso ficam assustados. “Eles escutam sons que são imperceptíveis para nós e por não terem sido familiarizados com diferentes tipos de barulhos, tendem a ter medo ou fobia a diversos ruídos, como fogos de artifício, trovões, entre outros”, explicou a docente.
“Durante esses momentos de medo, alguns animais podem se machucar tentando fugir do barulho”, acrescentou a professora. “Por exemplo, podem quebrar portas e janelas de vidro, pular de sacadas e até mesmo ter ataques cardíacos. Outros podem apresentar vômitos, defecação e urina em locais não usuais”, completou.
Para poder lidar com os barulhos e proteger os animais, Kellen sugere que a melhor forma é por meio da prevenção. “Existem técnicas de adestramento que podem ajudar o pet nestes momentos como a dessensibilização e o contra-condicionamento. Porém, como se trata de treino, o tutor deve começar com antecipação, entre 3 e 6 meses antes do evento. Só que muitos só se lembram que seus pets têm medo de ruídos dias antes dos eventos”, expôs a especialista.
Caso não seja possível o adestramento, ela ainda contou que existem terapias complementares como utilização de Feromônios, Florais de Bach, Aromaterapia e produtos naturais que podem deixar o pet mais calmo.
Fora que ainda repassou algumas dicas para ajudar, como: trancar bem portas e janelas, colocando móveis para dificultar o acesso; abafar o ruído com outro som agradável (TV ou rádio); deixar o pet à vontade, se ele quiser se esconder embaixo de móveis ou atrás deles; dar atenção a ele no momento de medo, fazendo interações com brinquedos ou alimentos; deixar sempre com coleira e placa de identificação, caso ele consiga fugir de casa.
Mas, ao mesmo tempo, também destacou que dar atenção não significa pegar o animal no colo ou abraçar, pois pode reforçar o comportamento de medo e/ou fobia. Além de não recomendar medicação sedativa, anestésica ou de qualquer outro medicamento sem consentimento do Médico Veterinário.