Com alta de 56,47%, transporte por aplicativo puxa inflação em Goiânia
Rafaela Ferreira
04 fevereiro 2022 às 16h35
COMPARTILHAR
Item Transportes teve impacto de 21,92% na inflação do Brasil e de 26,83% em Goiânia
O transporte por aplicativo é o item que mais afetou a economia de Goiânia, com 56,47% de aumento, segundo estudo realizado pelo “Mova-se Fórum de Mobilidade”. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o item Transportes teve um impacto de 21,92% na inflação do Brasil e 26,83% em Goiânia. Na inflação nacional, esses números significam um acréscimo de 2,21%, já na goianiense, 2,77%.
O encarecimento dos combustíveis segue como elemento que mais afetou a inflação, depois dos aplicativos de transporte. O etanol teve um aumento de 54,04%, já a gasolina 46,72% e o óleo diesel ficou em 46,63%. Até produtos como os pneus (38,27%), que tem preço influenciado pelo dólar e o mercado internacional, foi uma das razões para que o transporte tenha apresentado tanta variação nos últimos meses. Com isso, a redução no número de motorista por aplicativos também aumentou, uma vez que 53% do lucro dos trabalhadores é gasto com combustível para trabalhar.
Além disso, o mercado de aplicativos busca o equilíbrio entre oferta e demanda, e que a saída de motoristas está puxando a oferta de serviço para baixo fazendo que, nos horários de tarifa dinâmicas, o preço dispare. Ato frequentemente observado em Goiânia, em conformidade com informações do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), divulgados em outubro de 2021, através de uma projeção realizada com dados do IBGE (PNAD Continua).
De acordo com Miguel Ângelo, coordenador do Mova-se, assim que surgiram no mercado, os transportes por aplicativo acabaram criando uma grande bolha no momento em que as empresas de tecnologia aproveitaram uma situação de retomada econômica. “A baixa no valor do petróleo e abundância de mão-de-obra formaram o cenário ideal para explosão deste novo serviço. O transporte por aplicativo invadiu a cidade sem se preocupar com as regulações vigentes. Mas, no ano passado a situação foi revertida: pandemia; lockdown, recessão econômica, alta do dólar e do preço do petróleo. Com isso o milagre dos aplicativos foi virando um grande pesadelo. Mas qual será o futuro desta solução de deslocamento”, disse o coordenador.
Outros dados levantados pela pesquisa mostraram que, já entre os elementos que mais seguraram o aumento da inflação pode-se destacar o Congelamento da tarifa de ônibus na RMTC. Além disso, o congelamento da tarifa de táxi, não aumento dos preços do transporte escolar, não aumento dos preços dos estacionamentos e congelamento do valor dos pedágios também influenciaram na inflação.
O impacto do transporte foi 2,64% maior em Goiânia do que no restante do país. Neste sentido, os pontos que mais pesaram na vida do goianiense, em relação ao resto do Brasil foram, um total de 22,72% a mais em relação ao transporte por aplicativo; 9,33% a mais no custo de pneus; 9,08% a mais no conserto de automóveis. Já os pontos que seguraram a pressão inflacionária na capital, pode-se destacar: 15,98% menor em relação ao custo do óleo lubrificante e 8,48% menor em relação ao seguro voluntário de veículos
