Collor teria recebido R$ 26 milhões de propina nos últimos cinco anos
05 agosto 2015 às 09h52

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Procurador-geral da República defende que carros de luxo do senador apreendidos na Casa da Dinda não sejam devolvidos
De acordo com informações divulgadas pelo Estadão nesta quarta-feira (5/8), o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou manifestação ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que os carros de luxo do senador Fernando Collor (PTB-AL) apreendidos na Casa da Dinda no dia 14 de julho, na 16ª fase da Operação Lava Jato, não sejam devolvidos. A justificativa é que os carros são possivelmente produto de crime, pois as investigações apontam que Collor recebeu R4 26 milhões em propina nos últimos cinco anos.
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O ex-presidente teria recebido cerca de R$ 800 mil em depósitos “fracionados” entre 2011 e 2013, o que teria levantado suspeita do Conselho de Controle de Atividades Financeiras. O relatório das investigações da Lava Jato entregues ao STF apontam também para pagamentos de altos valores feitos em dinheiro vivo, além de depósito de R$ 249 mil feito pela TV Gazeta, afiliada da Rede Globo em Alagoas, da qual Collor é sócio.
Outras duas empresas do senador também aparecem nas investigações da Procuradoria-Geral da República (PGR), a Água Branca Participações — a qual não tem sede, empregados nem participação em outras empresas, o que levanta a suspeita de que seja uma empresa de fachada — e a Gazeta de Alagoas.
Quatro dos carros apreendidos estão registrados em nome da Água Branca Participações. Janot considera que as empresas deveriam solicitar a devolução dos veículos e não Collor, a não ser que ele apresente justificativa para se considerar proprietário dos veículos.
Em todo o documento enviado ao STF, o procurador-geral apresenta indícios de que os veículos foram usados para lavagem de dinheiro. A compra do Lamborghini, por exemplo, foi feita com a troca de um carro no valor de R$ 400 mil, o financiamento de R$ 1,6 milhão e o pagamento de R$ 1,2 milhão em parcelas em dinheiro. No texto, Janot diz que o financiamento está “inadimplente”, o que aconteceria devido ao “fim do fluxo de propina” com as investigações da Lava Jato.