Coincidência de nota misteriosa com resultado de licitação motivou denúncia ao MP
02 julho 2019 às 17h27
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“Cabe a nós repassar a apuração para as entidades competentes”, disse presidente da Abap, autora do requerimento de investigação de possível fraude em contrato de agências de publicidade

O presidente da Associação das Agências de Publicidade de Goiás (Abap-GO), Frederico Parma, falou sobre a representação feita ao Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO) sobre suposto indício de fraude em contratação de três empresas de publicidade pela gestão Iris Rezende (MDB).
Cauteloso, Frederico disse que o fato de ter havido a denúncia não quer dizer que haja algo de errado. “É preciso ter muita tranquilidade. Podemos fazer o pedido de averiguação, mas a condenação prévia nós não queremos”, ponderou.
Ele disse que o assunto chamou a atenção pela coincidência do resultado da licitação com a nota publicada em um jornal. “Desta forma, cabe a nós [a Abap] repassar a apuração para as entidades competentes”, relatou e declarou que será feito o acompanhamento do caso.
Ineditismo
Recém-empossado, Frederico diz que não tem conhecimento de outro caso nos mesmos termos deste, então, se houver comprovação de ilicitude na Justiça, a entidade vai verificar um posicionamento. Porém, ele adianta que, como o credenciamento de agências é feito pelo Conselho Executivo de Normas Padrão (Cenp), o resultado será levado à entidade.
“É até difícil prever algum tipo de penalidade por parte da Abap. Se houver será determinada pelos órgãos competentes”, disse o presidente.
Apesar disso, Frederico reforça que ainda é prematuro falar. “Precisa passar todo o trâmite legal. Precisamos ter parcimônia, pois não há de condenar antecipadamente. Vamos esperar a averiguação”.
Em contato anterior com o Cenp, o conselho disse que emitiria posicionamento, mas que, de antemão, a investigação deveria seguir no MP antes de qualquer posicionamento. A reportagem tenta novo contato.
Relembre
A denúncia sobre a possível fraude foi apresentada pela vereadora Sabrina Garcêz (PTB), no último dia 24. Na denúncia, ela lembra que mais de dez empresas foram desclassificadas e outras três foram aprovadas com uma nota muito inferior às três primeiras. Segundo a legisladora, estas entidades sempre estiveram próximas ao prefeito Iris Rezende.