CNC diz que liberação de saques do FGTS terá impacto positivo no comércio
25 julho 2019 às 14h38

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Estimativa é que haja impacto direto de pelo menos R$ 7,4 bilhões no comércio varejista ainda no segundo semestre de 2019

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) se pronunciou sobre a liberação dos recursos do FGTS e PIS/PASEP anunciada na última quarta-feira, 24, pelo Governo Federal. A CNC avaliou em seu parecer que a medida assinada pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) deve ter impacto positivo sobre o comercio já no segundo semestre do ano.
“Com base nas informações divulgadas até o momento, estimamos um impacto direto de pelo menos R$ 7,4 bilhões no comércio varejista no segundo semestre de 2019 com os recursos extras obtidos”, destacou o presidente da CNC, José Roberto Tadros. Ele considerou ainda que a redução do endividamento e a regularização de dívidas em atraso também exercerão “impactos indiretos positivos sobre o volume de vendas do comércio nos meses seguintes aos saques, já que liberam espaço no orçamento das famílias para outros gastos”.
Tadros acrescentou que somados a outros “fatores positivos” como a inflação abaixo da meta, o aumento do emprego e da renda e a perspectiva de queda das taxas de juros, “esses recursos extras deverão contribuir positivamente para um ritmo maior de crescimento da economia brasileira”.
Medida semelhante
Apesar de significativo, o impacto em 2019 deve ser inferior ao observado em 2017. Naquele ano uma medida semelhante de liberação dos recursos do FGTS foi adotada e contribuiu para reduzir o endividamento de diversas famílias, aumentar a regularização de contas ou dívidas com pagamento em atraso, além de impulsionar a venda de bens duráveis e não duráveis.
Do total de R$ 44 bilhões retirados no fundo, com saques de valor médio de R$ 1.704,00, a CNC estimou que R$ 10,8 bilhões — cerca de 25% do montante — foram utilizados para o consumo no comércio varejista. O restante foi utilizado para o pagamento de outros gastos e os trabalhadores priorizaram o pagamento de dívidas.