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Resultados da pesquisa apontam para a possibilidade de cura da Aids

Foto: Divulgação

Um estudo realizado por pesquisadores dos Estados Unidos, e divulgado pela revista científica norte-americana “Nature”, na última terça-feira, 2, mostrou que os cientistas conseguiram remover pela primeira vez o vírus HIV do genoma de animais vivos.

A iniciativa partiu de cientistas da Escola de Medicina da Universidade Temple, na Pensilvânia, e do Centro Médico da Universidade de Nebraska, e envolveu técnicas de edição de genes, fato que representa um caminho promissor para a cura da Aids.

Os resultados obtidos pela pesquisa apontaram, de maneira inédita, a possibilidade de a doença ser curada. Diferente dos tratamentos antirretrovirais, aplicados atualmente, que impedem a replicação do vírus, mas não o eliminam do organismo.

Os testes iniciais foram realizados em ratos de laboratório. Já a segunda fase, segundo os autores do estudo, está sendo realizada com primatas. Caso seja bem-sucedido, o processo poderá ser repetido em humanos.

A combinação de ferramentas, de acordo com os pesquisadores, permitiu o êxito do estudo. A primeira delas, chamada de Laser Art, consiste na manipulação de remédios convencionais de tratamentos antirretrovirais, de modo a facilitar o acesso do conteúdo dessas drogas às membranas das células, onde o vírus costuma estar isolado, e assim retardar a dispersão desse material.

A segunda técnica, por sua vez, batizada de Crispr, edita os genes das células infectadas com o vírus que não foram captadas pelo Laser Art para remover o HIV. O estudo mostrou que, isoladamente, os tratamentos não surtiram o efeito esperado, mas, quando combinados, conseguiram eliminar o vírus em 30% dos 29 ratos usados na pesquisa.

Caminho para cura

Kamel Khalili, um dos líderes da pesquisa, afirmou, em entrevista à rede americana “CNN”, que as descobertas representam apenas um primeiro passo para a cura. E afirmou que uma das premissas do trabalho foi tratar a Aids como uma doença genética, e não infecciosa.

Foram inseridas, ainda, células imunológicas dos animais tratados em ratos saudáveis. Isto,  para garantir que todos os resquícios do HIV tinham sido eliminados. Os testes preliminares não identificaram o vírus, o que confirmou a tese da pesquisa. Para a segunda fase de avaliação, em primatas, estima-se que deva se passar cerca de nove meses para que os pesquisadores se certifiquem, cientificamente, se o vírus foi definitivamente eliminado dos genomas estudados.