Cientistas descobrem os motivos de quadros graves de Covid-19
08 abril 2022 às 16h37

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De acordo com o estudo, o corpo humano produz um anticorpo específico para combater a doença, desencadeando outras reações
Um estudo que explica o que desencadeia o processo inflamatório excessivo que ocorre nas formas graves da Covid-19 e como ele se desenvolve foi publicado nesta quarta-feira, 6, na mais importante revista científica do mundo, a Nature. A pesquisa, que contou com a participação de pesquisadores brasileiros da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), observou que, ao tentar combater a infecção pelo vírus SARS-CoV-2, o sistema imunológico produz um tipo específico de anticorpo, chamado afucosilado.
Também desenvolvido em parceria com a Escola de Medicina da Universidade Harvard, dos Estados Unidos da América (EUA), foi notado que, quando o anticorpo neutraliza o vírus e impede que ele entre nas células epiteliais do pulmão, ele também desencadeia um processo que leva à produção descontrolada de células de defesa. Desta forma, a cadeia de eventos leva à inflamação excessiva e começa quando os monócitos, isto é, célula de defesa do organismo, capturam o vírus e então, os destrói em um processo de digestão chamado de fagocitose.
Todo este processo acaba gerando a destruição do próprio monócito, que libera componentes que causam um estado de alerta no organismo. Com isso, o corpo reforça a produção de células de defesa, levando, assim, a uma inflamação maior, uma vez que quanto mais células são produzidas, maior é o alerta emitido por elas. Ou seja, o coronavírus pode infectar e matar células imunes presentes no sangue e no pulmão, causando inflamação grave em uma parte dos pacientes. Por fim, a pesquisa mostrou também que há potenciais candidatos a medicamentos que podem inibir essa cadeia de eventos.
Atualmente, em Goiás, a taxa de ocupação de leitos de casos graves da doença está em 49%, nesta quinta-feira, 7, com 30 pessoas internadas, de acordo com o Painel da Covid-19, da Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO). Em fevereiro, logo após o feriado de carnaval, este número chegou a ficar em 92% de ocupação. A letalidade da doença também segue em queda. Nas últimas quatro semanas epidemiológicas, o percentual de pessoas que pegaram a doença e morreram ficou em 0,19%.
