Cientistas descobrem megateia com mais de 100 mil aranhas em caverna da Europa; assista
07 novembro 2025 às 16h17

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Uma expedição científica identificou uma das maiores estruturas de teias de aranha já registradas no mundo dentro da Sulfur Cave, caverna subterrânea localizada na fronteira entre Grécia e Albânia. A formação natural abriga uma mega teia interligada de mais de 100 metros quadrados, onde vivem cerca de 100 mil aranhas de duas espécies diferentes, convivendo de forma inédita no mesmo espaço.
O fenômeno foi observado pela primeira vez em 2022 por exploradores, que relataram a descoberta a pesquisadores europeus. As investigações revelaram que a teia é formada por milhares de estruturas menores em formato de funil, todas conectadas entre si e distribuídas pelas paredes internas da caverna, uma área completamente isolada da luz natural.
Os cientistas contabilizaram cerca de 69 mil indivíduos da espécie Tegenaria domestica, famosa por construir teias em formato de funil, e 42 mil da espécie Prinerigone vagans, conhecida por teias planas e extensas. Embora ambas sejam comuns na Europa, nunca haviam sido observadas dividindo território, muito menos cooperando na construção de uma estrutura única.
A convivência pacífica entre espécies que, fora desse ambiente, seriam predadoras entre si, surpreendeu os pesquisadores. Uma das hipóteses é que a ausência total de luz na caverna altere o comportamento das aranhas, reduzindo o instinto de ataque e favorecendo uma cooperação ecológica incomum.
A Sulfur Cave é um ambiente extremo e único: suas formas de vida não dependem da luz solar. O ecossistema se sustenta por meio de microrganismos que consomem enxofre, formando uma base alimentar para pequenos invertebrados. Esses, por sua vez, atraem mosquitos e insetos, que acabam se tornando a principal fonte de alimento das aranhas.
A abundância desses insetos e a estabilidade ambiental da caverna explicam como a colônia conseguiu atingir tamanho e densidade tão elevados.
Os resultados do estudo devem ser publicados em um artigo científico ainda neste ano, e o local passou a ser monitorado por pesquisadores de universidades da Grécia, Albânia e Itália.
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