Em função do suposto descumprimento da legislação, grupo elaborou um manifesto que pretende entregar ao TRE-GO. No entanto, até o momento, não foram recebidas por nenhum representante

Mulheres se reúnem em frente ao TRE-GO onde protestam pelo cumprimento das cotas femininas na política / Foto: Reprodução

Um grupo de aproximadamente 35 mulheres, representantes de diferentes partidos políticos, manifestam na manhã desta quinta-feira, 26, em frente ao Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO), em Goiânia. Elas onde protestam em favor do cumprimento da Lei de Cotas para mulheres na política.

Nas eleições municipais deste ano diversos partidos negligenciaram a lei 9.504/1997, que estabelece que “cada partido ou coligação preencherá o mínimo de 30% e o máximo de 70% para candidaturas de cada sexo”.

Em função do descumprimento da legislação vigente, o grupo elaborou um manifesto em defesa da legislação eleitoral. No entanto, segundo informações obtidas pela reportagem, até o momento, nenhuma delas foi recebida por algum representante do Tribunal. Veja o que diz o manifesto:

“Em Goiânia nestas eleições, como amplamente divulgado pela imprensa, se observa a falta de zelo, por parte de alguns partidos políticos, que não efetivaram as candidaturas de mulheres em suas chapas, mesmo conscientes da legislação eleitoral. Para nós é incompatível com a Democracia e a Justiça a utilização dos nomes de mulheres apenas para burlar o registro de vagas. Não basta registrar candidaturas de mulheres e depois não garantir a sua efetiva participação no processo eleitoral. Se houve alguma desistência, indeferimentos ou outros impedimentos de candidaturas de mulheres, estas poderiam ter sido substituídas, em tempo, de forma a não comprometer a lisura e a seriedade dos partidos no pleito eleitoral”, diz o Manifesto.

As entidades signatárias do documento ainda denunciam que “além do não cumprimento da cota de gênero estabelecida em lei, estes partidos também receberam e se utilizaram do Fundo Eleitoral destinado às mulheres de forma incorreta, pois não havia os 30% de Mulheres em suas respectivas chapas”.

No manifesto, as mulheres consideram que estes fatos evidenciam “a vontade imoral de burlar a Justiça Eleitoral com candidaturas “laranjas”.

A assessoria do TRE-GO informou que a administração não deverá recebê-las, haja vista que, além das eleições figurarem em suas respectivas zonas eleitorais, são os juízes quem devem deliberar sobre o assunto.

Participam do Ato e assinam o manifesto: Comitê Goiano de Direitos Humanos Dom Tomás Balduíno, Núcleo de Estudos e Pesquisas em Direitos Humanos da UFG, Bloco Não é Não, Associação Mulheres na Comunicação, Conselho Estadual da Mulher, Conselho Municipal da Mulher, Grupo Feminista Autônomo Oficina Mulher, Renosp LGBT (Rede Nacional de Operadores de Segurança Pública LGBT) e Aliança LGBT.