CDL critica possibilidade da Câmara mudar para Iris Rezende nome da Avenida Castelo Branco
16 fevereiro 2022 às 16h29

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Entidade entende que os prejuízos para lojistas, comunidade e Poder Público serão grandes e vai buscar recursos jurídicos para evitar a mudança
Uma das apoiadoras da obra de revitalização da Agrovia Castelo Branco, a Câmara de Dirigentes Lojistas de Goiânia (CDL Goiânia) é contra a mudança do nome da Avenida Castelo Branco para Avenida Iris Rezende Machado, em homenagem ao ex-prefeito da Capital. A entidade divulgou nesta quarta-feira, 16, uma nota de repúdio contra a derrubada do veto do prefeito Rogério Cruz (Republicanos) ao projeto na Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ) da Câmara Municipal. O parlamento deve analisar a proposta na próxima quinta-feira, 18.
A entidade, que alega representar várias mobilizações do setor produtivo contra a mudança do nome da avenida, cogita ir à justiça para impedir a alteração na identificação de um dos mais importantes braços de desenvolvimento da capital. A CDL, que já estuda formas de legais de frear a mudança, disse que recebeu com surpresa e indignação a notícia de que a CCJ derrubou o veto do prefeito Rogério Cruz ao projeto de lei do vereador Clécio Alves (MDB). A família de Iris, no entanto, defende a mudança. Ana Paula Rezende, uma das filhas do também ex-governador, inclusive lamentou publicamente o fato do nome de Iris, um estadista, ter sido preterido por um ditador. Marechal Humberto Castelo Branco foi o primeiro presidente brasileiro durante o período da Ditadura Militar.
Apesar do posicionamento contrário à mudança do nome da avenida, a CDL Goiânia diz que o legado de Iris Rezende é “excepcional” e reconhece que homenagens deveriam ser feitas em memória. No entanto, a entidade defende que as honrarias não podem, de forma alguma, gerar transtornos e prejudicar a vivência da população local. Em carta aberta, divulgada em novembro do ano passado, a entidade apontou prejuízos que a alteração traria ao comércio, aos moradores e também ao poder público. O texto detalhava que os lojistas terão que arcar com novas placas e fachadas, atualizações de documentos, contratos e cadastros, além da substituição de todo o material de comunicação e divulgação. Para os cofres do município haverá um custo ainda não calculado para confecção de placas e outras sinalizações.
Para a CDL Goiânia, os vereadores deveriam estar engajados em uma discussão séria sobre como reverter o Código Tributário Municipal (CTM), que, segundo a entidade, penalizou com tarifaços o contribuinte goianiense, e também em como modificar o Plano Diretor que foi aprovado de afogadilho, cujos prejuízos futuros para a cidade ainda são incertos.
O projeto do vereador Clécio Alves foi aprovado com o apoio de 32 dos 35 vereadores da Casa. Após a aprovação, o texto foi vetado pelo Paço Municipal, que enviou a análise do veto para a Câmara. De volta ao Legislativo, o texto foi derrubado com apenas um voto contrário, do vereador Pedro Azulão Júnior (PSB) e, agora, segue para apreciação do plenário da Casa.
Revitalização
A derrubada do veto por parte dos vereadores chega em um momento em que os comerciantes foram contemplados com a revitalização da avenida para que ela seja transformada na Agrovia Castelo Branco. A Câmara de Lojistas é uma das apoiadoras das obras de revitalização da avenida, que custarão R$ 3,5 milhões aos cofres do Paço Municipal. As intervenções darão uma identificação visual ao trecho de 6,2 quilômetros de obras que começam no Setor Coimbra e se estendem até o Setor Capuava, mudando o piso da via para drenante, alternando o rebaixamento de guias e de adequando as calçadas, fazendo da via “o maior polo de comércio agropecuário do país”.