Caso isolamento fique abaixo de 40% governo deve decretar novo fechamento
30 abril 2020 às 07h40

COMPARTILHAR
Relaxamento preocupa governo que tem monitorado dados de fluxo de pessoas em tempo real

O índice de isolamento social no estado ficou pouco acima dos 40% nesta semana. Uma redução significativa se comparado aos primeiros 15 dias de quarentena, em que foi atingido a marca de 59%. O relaxamento das medidas de distanciamento impostas pelo Governo do Estado é monitorado em tempo real e se chegar a faixa de 30% o governador Ronaldo Caiado (DEM) deve recuar no decreto assinado no último dia 20/04 e que permitiu a flexibilização e funcionamento de algumas atividades econômicas
Para determinar o índice de isolamento social em Goiás, são coletados informações de várias fontes. Os dados são do transporte público, do consumo de energia elétrica em domicílios e pontos comerciais, fluxo de veículos, emissão de notas fiscais e até sinal de celulares. O responsável por monitorar e compilar essas informações é o Secretário de Desenvolvimento e Inovação, Adriano da Rocha Lima. “Todos esses dados estão disponíveis em painéis separados que nos apresentam a realidade da situação”, conta.
Adriano Rocha destaca que há uma preocupação em relação ao isolamento social, após o decreto de flexibilização permitir a reabertura de alguns comércios e retomada de algumas atividades. Ele relata que três dias após o decreto de flexibilização ser publicado Goiás atingiu o pior índice de isolamento desde o início da pandemia – 39%.
Essa queda drástica no números de isolamento acendeu um alerta, e o governador Caiado ameaçou decretar o fechamento total novamente. “Quando se fala em flexibilizar a pessoa acha que o estava fechado, passa a funcionar normal. Não é isso. Funciona dentro de determinadas regras”, aponta o secretário. “Se as regras forem respeitadas nenhum caso iria aumentar, porque há elementos que dá total segurança quanto a não transmissão do vírus”, diz.
Adriano Rocha explica que índices de isolamento abaixo de 40% é o mesmo que havia antes da doença, ou seja não apresenta nenhuma segurança para população ou mesmo algum desempenho para conter o vírus. “A gente acompanha diariamente. Precisamos saber que esse isolamento deve levar algum nível de segurança para a população”, aponta.
Casos
Goiás conseguiu controlar bem a curva dos casos da doença. Até a semana passada o número de novos casos diários eram em média 20. Já nesta semana os casos tiveram salto. Na terça-feira, 29, o acréscimo foi de 44 casos confirmados, saltando de 661, para 705.
Adriano Rocha não considera que o aumento nos números estejam ligados ao maior fluxo de pessoas registrado após o decreto de relaxamento. Ele explica que o reflexo da flexibilização só será sentido em duas semanas, período necessário para observar o nível de avanço da transmissão do coronavírus.”Existem outros fatores que precisam ser levados em conta, como a subnotificação, a baixa testagem entre outros pontos que interferem nos dados da doença”, avalia.
Novo ministro
Por estar a frente da coleta e monitoramento de dados e participar das tomadas de decisões , o Secretário de Desenvolvimento e Inovação adquiriu proximidade com a equipe do Ministério da Saúde, durante a gestão de Luiz Henrique Mandetta. A troca, segundo ele, foi sentida. “Eu tinha percepção de envolvimento muito grande da equipe do Mandetta. Eles ligavam para saber como estava a situação e se desdobrava para ajudar. Esse tipo de engajamento eu não tenho percebido. Mas isso pode ser estilo, e novo ministro (Nelson Teich) pode dar o mesmo apoio, mas de outra forma. Mas certamente a gente sentiu saída do Mandetta por conta desse envolvimento”, aponta.
