Deputada Carla Zambelli é presa na Itália

29 julho 2025 às 16h58

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A deputada federal Carla Zambelli foi presa na Itália nesta terça-feira, 29. A informação foi confirmada pelo Ministério da Justiça. O deputado italiano Angelo Bonelli afirmou que ela foi identificada pela polícia em Roma.
O deputado relatou que Zambelli foi localizada pela polícia em um apartamento na capital italiana. Ele também disse que comunicou às autoridades o endereço onde Zambelli estaria e que agentes já haviam feito a identificação da brasileira.
“Carla Zambelli está em um apartamento em Roma. Forneci o endereço à polícia. Neste momento, a polícia está identificando Zambelli”, escreveu o parlamentar.
O Ministério da Justiça solicitou oficialmente a extradição da ex-deputada, que é considerada foragida após ter o mandato cassado e ser condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos e 8 meses de prisão.
Ela é acusada de integrar uma organização criminosa digital responsável por ataques aos sistemas do Poder Judiciário. Desde então, a Zambelli deixou o Brasil e passou a viver na Itália, onde tem cidadania italiana.
Extradição
Com a prisão de Zambelli, autoridades locais têm 48 horas para dar encaminhamento ao processo da deputada. A decisão envolverá soltar a deputada, mandar para prisão domiciliar ou extraditá-la. A prisão dela teve colaboração entre as corporações do Brasil e da Itália.
“A cooperação internacional foi fundamental, entre a PF e policia italiana pela adidância. Foi presa há instantes e levada para uma delegacia da policia italiana. Agora, tem 48 horas para a autoridade judiciária de lá dar encaminhamento. Se vai soltar, se vai extraditar, se vai ser prisão domiciliar”, disse o diretor geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, ao blog da Andreia Sadi, do G1.
Acusação
Zambelli foi condenada por ser mentora intelectual de uma invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em janeiro de 2023. A parlamentar foi julgada junto com o hacker Walter Delgatti. Os dois foram denunciados pelo procurador-geral a República, Paulo Gonet, pelos crimes de invasão de dispositivos informáticos e falsidade ideológica. Moraes votou para que Delgatti receba a pena de 8 anos e 3 meses de prisão.
Na denúncia, Gonet afirma que Zambelli foi a autora intelectual da invasão e procurou Delgatti para executar o crime, com objetivo de inserir nos sistemas do CNJ um mandado de prisão falso e em aberto contra Moraes, entre outras manipulações ilegais.
O PGR relacionou os crimes à incitação de atos antidemocráticos e escreveu que eles foram cometidos visando a obtenção de “vantagem midiática e política” e “com o fim de prejudicar a credibilidade e o regular funcionamento do Poder Judiciário”.
Gonet avaliou que os crimes foram de “gravidade acentuada”, pois tiveram “o propósito espúrio de tentar colocar em dúvida a legitimidade e a lisura da administração da Justiça, como estratégia para incitar a prática de atos antidemocráticos e tentar desestabilizar as instituições republicanas”.
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