Capitão da PM de SP é investigado por esquema chefiado por chinês

07 setembro 2025 às 08h00

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A Polícia Federal (PF) investiga o capitão da Polícia Militar de São Paulo, Diogo Costa Cangerana, apontado como um dos principais operadores do esquema de evasão de divisas e lavagem de dinheiro chefiado pelo empresário chinês Tao Li. Segundo apuração do Estadão, o oficial teria atuado entre 2021 e 2024, período em que trabalhou na segurança dos ex-governadores Rodrigo Garcia e Tarcísio de Freitas.
As investigações indicam que Cangerana intermediava clientes interessados em blindar patrimônio e lavar recursos por meio de criptoativos, além de recrutar gerentes de bancos e negociar ouro para envio a Dubai. Em documentos apreendidos, a PF encontrou uma “lista de propinas” destinada a laranjas, policiais e funcionários de instituições financeiras.
Interceptações telefônicas mostram que o capitão ajudava Tao Li a abrir contas em grandes bancos, com limites diários de até R$ 2 milhões, mediante pagamento de suborno a gerentes. Ele também oferecia empresas de fachada e recebia pagamentos em dinheiro vivo e criptomoedas, como USDT.
A assessoria do governador Tarcísio de Freitas afirmou que a segurança do chefe do Executivo paulista é atribuição da Casa Militar, ressaltando que Cangerana, desde 2012, atuava em atividades de rotina da PM e foi transferido em 2024 para o 13º BPM, sem exercer funções de assessoramento direto.
Além das operações com criptoativos, a PF identificou indícios de remessa ilegal de ouro para Dubai, negociado em grupo de WhatsApp dos investigados. Em uma das mensagens, Tao Li citou até 12 toneladas do metal que poderiam ser enviadas ao exterior, com pagamento em dinheiro, criptomoedas ou transferências bancárias.
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