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Grama, sombra e água fresca. Esse será o cotidiano daqui para frente de Jambo, um pastor-belga-malinois de oito anos que, por quase seis, atuou de forma incansável no rigoroso cumprimento da Lei – literalmente. Isso porque Jambo, que até então atuava como cão farejador na Polícia Rodoviária Federal (PRF), sendo responsável por diversas prisões e apreensões de drogas, acaba de se aposentar. Agora, ele vai curtir o merecido descanso na zona rural de Goiás junto ao novo dono, um empresário de 33 anos que foi selecionado entre outras centenas de interessados na adoção.

Ao Jornal Opção, Newton Moraes, inspetor da PRF em Goiás, conta que Jambo chegou à PRF com 1 ano e meio de idade, tendo recebido o adequado treinamento para se tornar um cão policial. E pelos números da carreira no combate ao crime, sua formação foi concretizada com louvor.

O cachorro, que atuou como farejador em Goiás e em vários outros estados, foi responsável pela apreensão de 10 toneladas de drogas e nada menos que 50 prisões. Se, hoje, acusados de tráfico de drogas e outros crimes cumprem pena na cadeia, é graças ao nariz poderoso de Jambo.

Porém, assim como todo bom profissional, o pastor-belga-malinois também precisa descansar. O inspetor Moraes conta que o costume é que, ao se aposentar, o cão policial seja adotado pelo agente que o criou. A tradição é que eles “pendurem as chuteiras”, ou nesse caso, “a farda”, quando completam os oito anos de idade, como é o caso de Jambo.

Mas pela primeira vez, a tradição não pôde ser mantida. Todos os agentes que conviveram com Jambo durante seu tempo de trabalho na PRF moram em apartamentos, o que inviabiliza a adoção de um cão do porte dele. Por causa disso, a PRF abriu uma espécie de “processo seletivo” para procurar um novo dono que pudesse oferecer uma boa vida para Jambo.

Interessados não faltaram. Segundo Moraes, foram 268 candidatos para o cargo de novo tutor do corajoso Jambo. O escolhido foi um empresário do ramo de restaurantes que demonstrou, além de seu amor por animais, ter profundo conhecimento sobre os cuidados necessários para a raça do cão policial.

Além disso, com o novo tutor, Jambo poderá correr livremente por uma área natural e aberta. Inicialmente, de acordo com o inspetor Moraes, o empresário levará o novo membro da família para morar em uma chácara localizada no Recanto das Minas Gerais, em Goiânia. Depois, Jambo segue para sua morada definitiva: uma propriedade de dois hectares na zona rural, entre Bonfinópolis e Leopoldo de Bulhões.

À reportagem, Newton Moraes não esconde a emoção de ver o amigo partir, no bom sentido, e ganhando um novo lar. “Para eles, os agentes que convivem com ele [Jambo], é como se ele fosse da família, como se houvesse realmente um parentesco”.

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