Câmara de Aparecida deve criar CEI para investigar investimento de R$ 40 milhões do AparecidaPrev no Banco Master
24 novembro 2025 às 18h43

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A Câmara Municipal de Aparecida de Goiânia deve discutir a abertura de uma Comissão Especial de Investigação (CEI) para apurar o investimento de R$ 40 milhões do Instituto de Previdência de Aparecida (AparecidaPrev) no Banco Master, instituição liquidada nesta semana pelo Banco Central após a prisão de seu proprietário, Daniel Vorcaro. O aporte foi realizado em junho de 2024, durante a gestão do então prefeito Vilmar Mariano.
O requerimento deve ser apresentado pelo vereador Felipe Cortez (sem partido), que afirma já ter o apoio de 14 parlamentares, número superior às oito assinaturas necessárias para instalação da comissão. A CEI pretende investigar as circunstâncias da aplicação, seus responsáveis e eventuais irregularidades na gestão dos recursos previdenciários do município.
Embora haja consenso sobre a necessidade de apuração, o cenário dentro da Câmara ainda é incerto. Parte dos vereadores avalia que a investigação pode avançar de forma mais eficiente por meio dos órgãos de controle, que já foram acionados.
O vereador Dieyme Vasconcelos (PL) afirma que o caso ultrapassa os limites do município e deve mobilizar instâncias externas. Ao Jornal Opção, ele afirmou que a crise envolvendo o Banco Master chega a Aparecida “com força”, especialmente por atingir um fundo previdenciário que envolve o futuro dos servidores.
“O que está acontecendo com o Banco Master explodiu e está atingindo também Aparecida. Só na nossa cidade há um rombo de R$ 40 milhões na previdência. É algo muito sério”, afirmou. Segundo ele, o caso já foi encaminhado ao Tribunal de Contas dos Municípios e ao Ministério Público, que devem aprofundar as investigações. “Provavelmente a Polícia Federal também vai investigar”, disse.
Dieyme diz que a Câmara pode ter papel complementar, mas defende que as apurações não sejam conduzidas apenas sob disputa política. “Podemos criar a CEI, mas o mais importante é a convocação das pessoas responsáveis na época: o ex-prefeito, o ex-secretário da Fazenda e o ex-presidente do Instituto. Isso já seria suficiente para esclarecermos o que houve”, afirmou.
Ele acrescenta que a discussão não deve ser reduzida a embates internos. “Se eu quisesse fazer isso só para aparecer na mídia, eu faria. Mas não é sobre isso. É sobre o rombo. É sobre responsabilidade coletiva. Atingiu completamente a nossa previdência.”
Com a liquidação do Master, o Banco Central assumiu o controle das operações e deu início ao processo de apuração. Em Aparecida, a preocupação central é o risco financeiro para o fundo municipal e a eventual responsabilização dos gestores que autorizaram o aporte.
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