Caiado provoca Governo Federal em apresentação de dados de segurança: “Vamos ensinar o Brasil”
Raphael Bezerra
30 julho 2025 às 20h30
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O governador Ronaldo Caiado (UB) apresentou, nesta quarta-feira, 30, os dados de segurança pública dos primeiros seis meses de 2025. A apresentação, acompanhada pelos comandantes das forças e tropas da segurança pública estadual, foi marcada por provocações de Caiado ao Governo Federal diante do comparativo com os índices de segurança no país. Além disso, Caiado fez paralelos entre a coordenação da segurança nos anos 2018 e 2025.
“Teremos ainda outra apresentação dos indicadores criminais e vamos manter esse ritmo para poder ensinar para o Brasil como é que se faz segurança pública respeitando a Constituição brasileira e dando o direito de todos aqueles que aqui moram ir e vir”, afirmou.
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A ponderação sobre ensinar o Brasil ocorreu ainda em outro momento, poucos minutos antes da fala anterior, quando Caiado argumentou que, apesar de um Código Penal defasado, o estado tem tido resultados positivos. “A segurança pública é tão importante hoje que algo que demonstra que quando você tem uma segurança de qualidade, uma educação de qualidade nós mudamos o perfil dos jovens do nosso Estado”, frisou.
Após a apresentação dos dados, Caiado comentou que os números dos primeiros semestres de 2018 e 2025 são bons indicadores para se chegar ao resultado dos seis anos e meio de gestão na segurança pública. “São percentuais que mostram o quanto a segurança pública em Goiás é a melhor do país e o quanto ela foi o ponto de apoio para o desenvolvimento sustentável do Estado”, disse.
O governador destacou que chegou ao governo com 1.073 jovens no sistema socioeducativo e 450 esperando vagas. “O que vemos hoje ao final de seis anos e meio é uma redução de 83%, isso mostra que o nosso jovem hoje não é bandido ou faccionado. Isso é construir uma geração de jovens que vai garantir o futuro do nosso estado, diferente de muitos outros estados onde a juventude tem como referência MC Poze e coisas mais ou menos nesse mesmo nível”, completou.
O vice-governador, Daniel Vilela (MDB), destacou o aumento de presos que buscam educação através do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). “Saltamos de 200 e poucos para 3 mil neste ano, o que mostra que as pessoas estão vendo que aqui em Goiás não adianta e que tem que mudar de profissão e é importante essa busca por qualificação, buscar o ensino e o conhecimento para iniciar outra atividade conforme a determinação do governador”, disse.
Mais da metade dos municípios não registraram homicídios
Mais de 60% dos municípios goianos – 145 ao todo – não registraram nenhum homicídio entre janeiro e junho deste ano. O dado foi destacado pelo secretário de Segurança Pública, que também chamou atenção para a queda expressiva na taxa de assassinatos em todo o estado. “Tivemos apenas 54 homicídios registrados no último mês, o menor número da série histórica”, afirmou. O resultado contrasta com os índices registrados em anos anteriores: em outubro de 2016, por exemplo, Goiás teve 256 homicídios em um único mês, o que representa uma redução de aproximadamente 80%. Segundo o secretário, todos os meses do semestre apresentaram números abaixo de três dígitos, o que consolida a tendência de queda.
Além da redução nos homicídios, o estado também apresentou queda expressiva nos crimes violentos contra o patrimônio. De acordo com os dados apresentados, o roubo a transeunte e de veículos caiu mais de 90% em comparação com os índices de 2018. O roubo em comércios mantém sete anos consecutivos de queda, e os registros de roubo à propriedade rural caíram 20% apenas no primeiro semestre de 2025, com 36 ocorrências. Já os furtos tiveram redução de 15% no período. “Não temos domínios de facções, não há registro de novo cangaço, de ataques a carro-forte ou instituições financeiras. Esse é um cenário diferente do que se observa em outros estados do país”, pontuou o secretário.
Outro ponto abordado foi a estabilidade nos casos de feminicídio. Após períodos de aumento, os dados foram estabilizados e, quando comparados com 2018, mostram uma queda de 23% no número de assassinatos de mulheres motivados por gênero. “Nada acontece por acaso”, reforçou o secretário, ao mencionar a atuação coordenada das forças policiais, o reforço no trabalho investigativo e a integração entre as corporações. Para ele, o cenário atual é resultado de planejamento, investimento em inteligência e presença ativa das forças de segurança em todas as regiões do estado. “Nosso objetivo agora é continuar avançando e, inclusive, zerar crimes como roubo a residência e a carga, como já conseguimos fazer com o roubo a instituições financeiras”, concluiu.
Desarticulação de organizações e resolutividade de homicídios
Comandante-geral da Polícia Militar de Goiás, Marcelo Granja, destacou o índice de resolutividade de homicídios. Ele disse que Goiás está apenas meio ponto percentual atrás de países europeus. De acordo com o levantamento, 39 organizações criminosas foram desarticuladas de janeiro à julho.
Granja disse que foram recapturados mais de 3,9 mil foragidos, além do cumprimento de 2,9 mil mandados de prisão. “A polícia retira das ruas cerca de 22 foragidos por dia a partir das abordagens que são realizadas em pessoas e atitudes suspeitas”, disse Granja.
Ele destacou ainda a apreensão de mais de 12 toneladas de drogas, um aumento de 27% em relação ao mesmo período do ano passado. Além disso, ele comentou que por dia, são apreendidas cerca de 10 armas de fogo.
Granja comentou ainda sobre o acompanhamento de mulheres com medidas protetivas. “Temos 23 mil mulheres que são acompanhadas pelo estado e o número de feminicídio para essas mulheres assistidas é quase zero. Fazemos esse trabalho realizando visitas, conversando com as vítimas e com isso reduzindo esses crimes”, completou.
Sobre apreensões, os destaques ficaram para drogas e armas de fogo: 12.590 e 1.721, respectivamente, com um crescimento das apreensões de drogas de 27% no comparativo com o mesmo período do ano passado. “A polícia retira das ruas cerca de 23 foragidos por dia a partir das abordagens que são realizadas em pessoas e atitudes suspeitas”, disse Granja.
91,5% dos crimes foram elucidados, diz delegado-geral da PC
Delegado-geral da Polícia Civil de Goiás é o Delegado André Gustavo Corteze Ganga conta que houve aumento dos índices de operacionalidade com a redução dos índices de criminalidades a partir da integração e a inteligência com as demais forças de segurança. “Foram 33,1 mil inquéritos instaurados, um aumento de 6% somente neste semestre”, disse.
Ganga destacou a taxa de elucidação de crimes, que alcançou 91,5%, e comparou com a média nacional de 39%. “O governador sempre fala da migração dos crimes e criminosos goianos para outros estados e nesse sentido fizemos, no ano passado, 151 operações fora do estado de Goiás, enquanto somente nos primeiros seis meses deste ano fizemos 132 operações desse tipo”, completou.
Redução de motins no sistema prisional
O diretor-Geral da Polícia Penal, Josimar Ribeiro lembra que o sistema prisional conta hoje com cerca de 17 mil presos em 85 unidades prisionais no estado. “São 10 mil pessoas monitoradas por tornozeleira eletrônica e há um trabalho gigante com a integração entre as forças”, fala.
Ribeiro disse que o sistema penitenciário viveu períodos complicados com alta incidência de motins nas prisões, apreensão de armas e drogas em grandes volumes. O levantamento aponta que houve apenas 1 evento dessa natureza em 2025, enquanto em 2018 foram registrados 350 motins.
“Temos a retomada do sistema a partir da criação da Polícia Penal e do investimento e controle das unidades prisionais entre 2020 e 2021 coordenado pela Secretaria de Segurança Pública e pelo governador Ronaldo Caiado”, defendeu.
O policial penal afirmou que na maior penitenciária de Goiás, a Odenir Guimarães, não registrou nenhuma apreensão de armas de fogo e munição nos últimos três anos. “Só naquela unidade foram apreendidas mais de 30 armas de fogo, munições de diversos calibres. O Rio de Janeiro, por exemplo, apreende cerca de 5 a 10 armas de fogo por mês em suas unidades”, completou.
Combate a incêndios florestais
Comandante do Corpo de Bombeiros destacou a uma parceria com a Secretaria de Meio Ambiente (Semad) para combater incêndios florestais e salientou que durante o período da seca que inicia em julho e tem seu pico em agosto, o número de acionamentos da corporação deve crescer. “Estamos mais nos municípios e vamos mostrar que o estado de Goiás tem preservado o cerrado, que preservamos a natureza e o meio ambiente”.
Washington citou ainda a atuação da companhia no transporte de paciente entre hospitais e o aeromédico, em especial para o auxílio da doação de órgãos no estado. “Estamos expandindo muito e já estão inaugurados os serviços de Luziânia, Bom Jesus, Novo Gama, Caiapônia”, frisou.
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