O governador Ronaldo Caiado (UB) defendeu, nesta quarta-feira, 12, durante reunião com governadores de direita em Brasília, um conjunto de mudanças no Projeto de Lei Antifacção para ampliar o combate às organizações criminosas. Entre as propostas apresentadas estão o monitoramento de presos em regime de segurança máxima sem necessidade de autorização judicial, o fim das saídas temporárias e das visitas íntimas, além da equiparação dessas facções ao terrorismo.

Outra medida sugerida por Caiado é a limitação das audiências de custódia apenas ao primeiro delito, evitando repetições para criminosos reincidentes.

“Essa audiência não pode ser a todo crime cometido. Isso desmoraliza o policial. O indivíduo é detido por roubar um celular, participa da audiência e no mesmo dia volta a praticar o crime. É preciso endurecer”, disse.

O governador também defendeu que o texto inclua o crime de terrorismo, retirada pelo relator da proposta, deputado Guilherme Derrite (PL-SP). Segundo Caiado, a exclusão “enfraquece o alcance da lei”.

“Sou defensor de que o terrorismo seja incluído. Essa é uma matéria com apoio de mais de 80% da população. A sociedade quer ver ação firme e presídios próprios para esses criminosos”, declarou.

As sugestões foram apresentadas durante reunião com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos), e os governadores Romeu Zema (Minas Gerais), Cláudio Castro (Rio de Janeiro) e Ibaneis Rocha (Distrito Federal), além da vice-governadora Celina Leão (DF).

Pressão por inclusão do terrorismo

Apesar de apoiar a inclusão do terrorismo, Caiado evitou falar em pressão sobre o presidente da Câmara.

“Eu já disse minha posição e sou favorável. Mas não posso, como governador, interferir na relatoria ou nas decisões da maioria dos líderes. Se estivesse no plenário, defenderia. Agora, se isso não for aprovado, e eu assumir a Presidência, faço a anistia como primeiro ato e encaminho o projeto de terrorismo para os faccionados”, afirmou.

Durante a entrevista, o governador também comentou o termo “narcopetismo”, usado em discursos recentes.

“É exatamente isso que estamos vivendo hoje: o desenvolvimento de uma cultura de convivência com o narcotráfico dentro de uma estrutura política. É esse casamento que estamos denunciando”, concluiu.

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