BYD tem primeira queda de lucro em 3 anos e meio

30 agosto 2025 às 17h40

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A BYD, maior fabricante de carros elétricos da China, registrou lucro líquido de 6,4 bilhões de yuans (cerca de US$ 895 milhões) no 2º trimestre de 2025, queda de 29,9% em relação ao mesmo período de 2024.
Trata-se da primeira retração nos lucros desde 2022, segundo dados divulgados nesta sexta-feira, 29. Apesar da queda expressiva no lucro, a receita da BYD subiu 14%, alcançando 200,9 bilhões de yuans (US$ 28,1 bilhões) no trimestre encerrado em junho.
No acumulado do 1º semestre de 2025, a montadora chinesa apresentou alta de 13,8% no lucro líquido e crescimento de 23,3% na receita, de acordo com a Reuters. A BYD estabeleceu como meta vender 5,5 milhões de veículos em 2025.
No entanto, até julho havia comercializado 2,49 milhões de unidades, menos da metade do objetivo. Analistas já consideram difícil que a fabricante cumpra a meta anual.
A montadora concentra cerca de 80% das vendas na China, mas enfrenta retração no mercado doméstico: em julho, as vendas caíram pelo 3º mês consecutivo e a produção recuou pela primeira vez em 17 meses. Como resposta, a empresa reduziu o ritmo de expansão das fábricas e da produção local.
Dívida e fluxo de caixa da BYD
O déficit de capital de giro da BYD aumentou para 122,7 bilhões de yuans (US$ 17,2 bilhões) em junho, ante 95,8 bilhões em março. Já a relação dívida/ativos subiu levemente para 71,1%, contra 70,7% no trimestre anterior.
Enquanto o mercado chinês recua, a BYD acelera as exportações. Segundo o Financial Times, a receita internacional mais que dobrou, chegando a 550 mil veículos vendidos entre janeiro e julho.
A fabricante já conta com fábricas na Hungria e Turquia, além de uma frota própria de navios para exportação, reduzindo riscos de tarifas comerciais. Na Europa, a BYD superou a Tesla pelo 2º mês consecutivo em julho de 2025.
Foram 9.698 registros de novos carros na União Europeia, mais que o triplo em relação ao mesmo período do ano anterior, de acordo com a Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis (ACEA).
Em junho, a BYD se comprometeu a reduzir o prazo de pagamento a fornecedores para 60 dias, após uma intervenção regulatória que buscava conter práticas agressivas de crédito no setor automotivo.