Um homem, de 40 anos, que mora há seis anos em Londres acusa a companhia aérea Latam de injúria racial após ser impedido de embarcar em um voo para Londres, na Inglaterra, no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. O caso aconteceu na última quinta-feira, 20.

A vítima, Richard Fernando Correa Aguiar, explicou ao portal G1 que ficou um mês no Brasil em férias para visitar parentes no interior de São Paulo. Ele tentou retornar à Inglaterra na noite da quinta-feira, 20, já que sua esposa voltaria ao trabalho no sábado, 22.

De acordo com Richard, ele e sua esposa chegaram para fazer check-in por volta das 22h. Uma das atendentes pediu seu visto para a Inglaterra. Ele informou que estava dentro do passaporte, pois morava no país há seis anos. Em seguida, um funcionário da companhia aérea teria afirmado que ele não embarcaria, sem informar o motivo.

“Um funcionário interveio no atendimento e de maneira arbitrária decidiu negar o embarque, afirmando que eu deveria providenciar outra passagem. A situação foi completamente vexatória, considerando que em nenhum momento apresentaram o motivo pelo qual eu não poderia embarcar. Não teve nenhuma explicação. Eu nunca passei um constrangimento desses na vida. Foi muito triste”, afirmou.

O homem disse, também, que durante a conversa para tentar resolver a situação a atendente o chamou de “bandido”. “Ela me chamou de bandido por entender que em razão da minha cor de pele eu não poderia ser um cidadão brasileiro residente de outro país. Eu sou morador de Londres há seis anos, trabalho em empresa de peças automotivas, minha mulher trabalha também, tenho passaporte válido e documento de residente do país”, disse.

“Não tenho problema com polícia, nada. Vou e volto para tudo quanto é lugar. Eu estava no horário. Depois de toda a discussão, de questionarmos, ela falou que não dava tempo embarcar, porque a esteira já tinha fechado e não tinha como subir as malas para o avião. Disse que eu podia carregar as malas, mas como ia levar duas malas de 23 kg? Foi bem difícil”.

Segundo Richard, a Latam remarcou o voo dele para a noite desta sexta-feira, 21, mas não ofereceu hospedagem, alimentação ou transporte. “Nenhum supervisor apareceu e disseram que só iam remarcar o voo, o que é contrário à resolução nº 400 da Anac, que determina que a empresa deve garantir assistência material ao viajante. E os dias de trabalho que a gente vai perder? Porque a gente chegaria hoje [sexta-feira], trabalharia sábado, domingo, tem todo um contexto, né?”, afirmou.

Em nota a Latam informou que tratou o passageiro com o devido respeito e que ele se apresentou no aeroporto apenas 10 minutos antes do fechamento do voo. A nota ainda diz que o passageiro não a documentação obrigatória para a realização do check-in. (Leia a nota a íntegra ao final da matéria)

Nota da Latam na íntegra

A LATAM esclarece que tratou com o devido respeito o passageiro, que se apresentou no aeroporto de Guarulhos apenas 10 minutos antes do fechamento do voo LA8084 (São Paulo-Londres) de 20 de fevereiro (quinta-feira). O cliente também não apresentou prontamente aos funcionários da LATAM a documentação obrigatória para o processamento do seu check-in. Por isso, não foi possível concluir o seu atendimento a tempo para o embarque. Apesar disso, a LATAM reacomodou gratuitamente o cliente no voo LA8084 (São Paulo-Londres) desta sexta-feira (21/02), programado para decolar às 23h40 (hora local).

A LATAM aproveita a oportunidade para reforçar que o cliente de voos internacionais deve se apresentar 3 horas antes da partida do seu voo no aeroporto, conforme informado em https://www.latamairlines.com/br/pt/experiencia/prepare-sua-viagem/indicacoes-viagem#voos-internacionais. A companhia ainda reitera que repudia veementemente qualquer tipo de ofensa ou prática discriminatória. Qualquer opinião que contrarie isso não reflete os valores e princípios da LATAM.

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