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Condenado a mais de 27 anos de prisão por planejar e liderar uma tentativa de golpe de Estado, o ex-presidente Jair Bolsonaro agora tem pouquíssimo tempo para tomar uma decisão indispensável no contexto político e eleitoral de 2026.

Pressionado por aliados e pelo Centrão (ou melhor, pela ala mais oposicionista ao governo), Jair precisará decidir, antes de começar a cumprir sua pena, para quem passará o bastão para o pleito presidencial do ano que vem. Ou seja: ele tem somente o prazo que a defesa precisará para apresentar recursos contra a condenação, o que não deve levar mais de dois meses.

Inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) desde junho de 2023, há tempos o ex-chefe do Executivo federal posterga o anúncio de seu sucessor, movido pela esperança de reverter seus status eleitoral.

Nos bastidores, já era sabido que a chance disso acontecer é mínima, próxima de zero.

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Agora, condenado criminalmente, a preocupação de Bolsonaro nem é mais voltar para o jogo político, mas sim se preparar para a provável temporada no cárcere (se não for cumprir prisão domiciliar) e deixar a “casa arrumada” para 2026.

Ou seja: querendo ou não, Jair precisará apontar que vai levar o legado do bolsonarismo para as urnas no ano que vem. Os cotados já são conhecidos: Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo; Ronaldo Caiado, governador de Goiás; Romeu Zema, governador de Minas Gerais, e até membros de sua família, como Michelle e o próprio Eduardo Bolsonaro (ou Flávio).

Há quem diga que a desconfiança generalizada do ex-presidente pode fazê-lo escolher alguém do seio familiar. Outros, apostam que ele irá para a cadeia fazendo sinais, mas sem definir o sucessor. De um jeito ou de outro, o ex-presidente percebeu que seu tempo livre – literalmente – está se esgotando. A hora é agora.