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O sol ainda lançava os primeiros raios na manhã deste sábado quando agentes da Polícia Federal bateram à porta do ex-presidente Jair Bolsonaro, em sua casa, em Brasília, para cumprir a prisão preventiva pedida pela instituição e autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

Sem qualquer alvoroço e sem sequer ser algemado (determinação do próprio Moraes, para evitar uma possível espetacularização da prisão), Bolsonaro foi levado para a Superintendência da PF no Distrito Federal, especificamente para sua “pré-cela”, uma “Sala de Estado” específica para esse tipo de preso.

O que chamou a atenção dos mais atentos, no entanto, não foi a prisão em si – algo já esperado pela própria família Bolsonaro e pelos apoiadores -, mas a data em que ela foi cumprida: dia 22. Por uma coincidência cruel ou não, esse é justamente o número de urna do PL, partido do ex-presidente e pelo qual foi derrotado em 2022.

E essa não foi a primeira vez que, por um sarcasmo do destino, o número 22 se abateu em formato de infortúnio sobre os Bolsonaro e seu clã. Em 2022, o Plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) referendou a condenação do PL ao pagamento de multa por litigância de má-fé e impôs o pagamento do valor decidido pelo ministro Moraes, então presidente da Corte. O montante: R$ 22,9 milhões. A multa foi paga em fevereiro de 2023, o que levou ao desbloqueio das contas do partido.

A numerologia, claro, não passou despercebida aos olhos de bolsonaristas mais ferrenhos. O deputado federal Gustavo Gayer, por exemplo, divulgou um vídeo neste sábado, logo após a prisão de Bolsonaro, acusando Alexandre de Moraes de ter esperado o dia 22 para decretar a prisão preventiva do ex-preventiva. O parlamentar, claro, fez a afirmação sem qualquer tipo de prova.

Coincidência atroz ou “piscadela” do STF, o fato é que o número de 22 deixou de ser a esperança política de Bolsonaro para virar seu pesadelo recorrente.

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