O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu, nesta quarta-feira, 17, manter a taxa básica de juros em 15% ao ano, após dois dias de reunião conduzida pelo presidente do Banco Central (BC), Gabriel Muricca Galípolo, e seus diretores. A decisão reflete a avaliação de um ambiente externo incerto, marcado pela conjuntura econômica dos Estados Unidos e por tensões geopolíticas, além de fatores internos, como a inflação elevada e a resiliência do mercado de trabalho.

De acordo com o Banco Central, a volatilidade dos ativos financeiros e os impactos das políticas fiscal e comercial exigem uma postura de cautela. O Copom reforçou que a manutenção da taxa em nível contracionista por um período prolongado é necessária para assegurar a convergência da inflação à meta.

As projeções mais recentes apontam inflação de 4,8% em 2025 e 4,3% em 2026, ambas acima da meta oficial. Para o primeiro trimestre de 2027, a estimativa é de 3,4%. O colegiado ressaltou que os riscos permanecem elevados, tanto para cima quanto para baixo. Entre os fatores que podem pressionar a inflação, estão a persistente desancoragem das expectativas, a resiliência dos serviços e a depreciação cambial. Já entre os riscos de baixa, estão uma desaceleração mais forte da economia doméstica e global, além da queda nos preços das commodities.

O Comitê destacou ainda que segue acompanhando os desdobramentos da imposição de tarifas comerciais pelos Estados Unidos ao Brasil, bem como os impactos da política fiscal sobre a economia.

Participaram da decisão os diretores Gabriel Muricca Galípolo (presidente), Ailton de Aquino Santos, Diogo Abry Guillen, Gilneu Francisco Astolfi Vivan, Izabela Moreira Correa, Nilton José Schneider David, Paulo Picchetti, Renato Dias de Brito Gomes e Rodrigo Alves Teixeira.

Projeções de inflação no cenário de referência:

  • 2025: 4,8%
  • 2026: 3,6%
  • 1º trimestre de 2027: 3,4%

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