Aviões atribuídos a Rueda, avaliados em R$ 60 milhões, estão registrados em nome de contador

22 setembro 2025 às 16h49

COMPARTILHAR
A Polícia Federal investiga a ligação de Antônio Rueda, presidente do União Brasil, com quatro aeronaves avaliadas em pelo menos R$ 60,4 milhões. Embora atribuídos a Rueda, os jatos constam em nome do contador Bruno Ferreira Vicente de Queiroz, de 37 anos, conforme registros da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). As informações são da coluna de Andreza Matais, do portal Metrópoles.
Entre os aviões identificados estão:
- Cessna 560 XL (PR-LPG), avaliado em R$ 12,5 milhões, transferido em março para a empresa Magic Aviation, presidida por Bruno Ferreira Vicente de Queiroz.
- Gulfstream (PS-MRL), vendido em junho deste ano por US$ 4 milhões (cerca de R$ 21,2 milhões). Atualmente, está registrado em nome da Rovaniemi Participações S.A., também administrada por Bruno e sediada em Fortaleza.
Segundo dados da Receita Federal, Bruno aparece como presidente, diretor ou sócio em 15 empresas. Entre elas está a Bariloche Participações S.A., localizada no Itaim Bibi, em São Paulo, com capital social de R$ 110 milhões.
A companhia tem como sócios empresários ligados ao setor de mineração, como Haroldo Augusto Filho e Valdoir Slapak, que foram alvos da Operação Sisamnes em 2023. A investigação apurou um esquema de venda de sentenças no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Operação de táxi aéreo
As aeronaves atribuídas a Rueda são operadas pela Transportes Aéreos Piracicaba (TAP), empresa de táxi aéreo que também já foi utilizada por Roberto Augusto Leme, conhecido como Beto Louco. Dono da refinaria Copape e alvo da Operação Carbono Oculto, Leme tem passagem por tráfico e é apontado como ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC).
Rueda é alvo da Operação Tank, desdobramento da Carbono Oculto, que apura a infiltração do PCC nos setores de combustíveis e financeiro.
O presidente do União Brasil negou ser dono dos aviões e afirmou não ter qualquer relação com os fatos investigados. Segundo ele, seu nome “foi suscitado em um contexto absolutamente infundado”. Rueda declarou ainda que “tomará todas as medidas cabíveis para proteger sua reputação”.
Leia também:
Banco do PCC financiou salários de piloto que depôs contra Ciro Nogueira e Rueda