🎶 “Desperta, desperta a curandeira em você…. essa deusa que é você. Curandeira do amor! Curandeira da alegria!” 🎶

Foi nesse ritmo que se guiou a experiência da repórter Amanda Costa, do Jornal Opção, durante a imersão “ALMA – A Voz”, conduzida pelas terapeutas Cibele Lima e Camila Rasmussen no último sábado, 15, no Mindfull Active, localizado no Setor Marista, em Goiânia.

O mergulho profundo no autoconhecimento partiu, primeiramente, da curiosidade natural de uma repórter em viver experiências. O diferencial desta é que se tratava de um processo de imersão interna. O Jornalismo Literário utiliza essa prática como base para o processo de escrita — inserir-se em um contexto ou realidade para absorver o máximo possível da vivência. Até então, eu já havia mergulhado no cotidiano de agricultores de gergelim, de açafrão, de raizeiros. Permiti-me compreender a rotina do ensino básico no sistema prisional, no quilombo Kalunga e junto aos tapuias. Mas mergulhar dentro de mim mesma!? Foi a primeira vez e confesso, de antemão, que não foi nada fácil.

Fui a primeira a chegar ao espaço do evento — pontualidade ou ansiedade? Talvez um misto dos dois. As outras doze mulheres chegaram uma a uma. Sorrisos, abraços e conversas curtas sobre o que faziam; as conexões iam acontecendo naturalmente. Iza, corretora e terapeuta, foi a primeira que me encantou. Sua beleza evidente aos 66 anos é algo que inspira outras mulheres.

A imersão “ALMA – A Voz” | Foto: Maysa Manoela

Na sala de meditação, íamos nos aquietando, respirando e sendo conduzidas pelas terapeutas. Foram oito horas de vivência, presença e expressão. Houve diversos comandos e práticas para redução da ansiedade, liberação de bloqueios energéticos relacionados à libido, aumento da autoconfiança, melhora da relação com o próprio corpo e fortalecimento do pertencimento por meio da energia feminina em grupo.

A imersão me fez reconectar com minha essência feminina e com o poder que nasce da nossa própria vibração. A consteladora familiar, reikiana e terapeuta integrativa Cibele Lima me fez compreender que está “tudo pago”: meus ancestrais já passaram pelo que tinham de passar; portanto, não preciso carregar “pesos” do passado.

Houve uma dinâmica transformadora envolvendo pai, mãe e antepassados que foi arrebatadora. O choro correu como rio e lavou minha alma, pois pude visualizar o quanto honro minha família e o quanto também orgulho aqueles que me antecederam. Ao redor, via mulheres igualmente se permitindo à experiência, “curando feridas” de décadas.

Cibele Lima é terapeuta integrativa, consteladora familiar e reikiana | Foto: Arquivo Pessoal

Ao final dessa atividade, durante o café, conversei com Cibele Lima:

Qual o principal benefício da constelação?

— Na minha visão, é uma questão de saúde. Porque, se você não está vivendo sua vida conforme precisa ser vivida — uma vida mais organizada nos relacionamentos e financeiramente —, isso te adoece.

O que normalmente se sente ao fazer a constelação?

— O campo fica em movimento por muitos e muitos meses. A pessoa começa a se sentir melhor consigo mesma. Melhor no relacionamento amoroso, no trabalho tudo flui melhor. Ou seja, a vida fica mais leve, como se aquele peso antigo fosse embora.

Quais os perigos de carregar pesos que não são nossos?

— Uma hora o corpo dá o recado. Ele adoece. E, às vezes, surgem doenças como câncer, Alzheimer, fibromialgia, depressão… As pessoas não entendem, mas fazem esse movimento inconsciente de adoecimento, às vezes, até para chamar a atenção da própria família.

“Renascer pelo respirar” foi outra atividade impactante, comandada pela terapeuta tântrica e especialista em bioenergética e renascimento, Camila Rasmussen. Atenção plena ao ato de inspirar e expirar. Treze mulheres deitadas confortavelmente em tapetes de yoga iam acalmando mente, coração e alma.

Atividade de renascimento | Foto: Maysa Manoela

Ao som de tambores e da natureza, respirávamos, e uma energia transcendental tomava conta do ambiente. Algumas mulheres choravam de forma dolorosa — choros engolidos ao longo da vida. Outras sorriam; havia também quem emanasse gritos como se tivesse atingido o ápice do orgasmo. Segui respirando, sentindo o coração ora acelerado, ora compassado. Mãos dormentes e visão de luzes lilás, rosadas e douradas. O que mais me impactou foi perceber que conseguia entrar na onda de sentimentos das outras mulheres: tristeza, alegria, euforia.

Ao final da experiência, conversei com Camila Rasmussen:

Conectar mulheres? Você acha potente?

— Ah, eu acho potentíssimo. Nós temos uma força enorme, mas fomos caladas. Mulher não pode ter prazer. Não pode ter voz. Fica no cantinho. “Você está aqui só para parir, só para cuidar da casa.” E aquelas poucas que se sobressaiam começaram a se ressentir de alguma forma.

Qual seu sentimento sobre essa imersão?

— Isso aqui me nutre. Traz nutrição real. Quando eu te escuto, com certeza eu me reconheço. Eu me curando, eu curo outra. Fomos podadas de ter desejo, de expressar vontade. A gente se reconectando em união é potente demais. É muito lindo.

Camila Rasmussen é terapeuta corporal e interdimensional | Foto: Arquivo Pessoal

Adoecimento mental feminino

Uma pesquisa Toluna/IPSOS de 2024 revelou que sete em cada dez mulheres brasileiras vivem sobrecarregadas, e mais da metade apresenta sintomas recorrentes de ansiedade — um retrato alarmante do adoecimento mental feminino, que evidencia a urgência de novas formas de cuidado e cura.

A imersão “ALMA – A Voz” combina terapias energéticas, corporais e sistêmicas, conduzidas por Cibele Lima e Camila Rasmussen, reconhecidas por sua atuação em processos de cura e expansão da consciência feminina.

Durante uma das atividades de constelação familiar | Foto: Maysa Manoela

Para Camila, o adoecimento feminino é ancestral e precisa ser tratado urgentemente. “O corpo é um sistema integral, e essa reconexão é um elo entre mente e estado físico. Quando o corpo se movimenta, a alma fala. A voz é um reflexo direto dessa energia vital. Trabalhar essa vibração permite liberar memórias que bloqueiam o prazer, o poder pessoal e o fluxo da vida. Imagina quantas mulheres, desta e de outras gerações, não passam por isso”, complementa.

Ciência e bem-estar

Estudos recentes mostram a eficácia do Reiki e de terapias integrativas na redução de sintomas de ansiedade, dor e fadiga — problemas que afetam especialmente o público feminino. Uma meta-análise de 2024, conduzida pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e publicada na BMC Palliative Care, apontou que o Reiki reduziu em até 40% os níveis de ansiedade em pacientes acompanhados por quatro semanas.

Outro estudo, também de 2024, da Universidade de Alberta (Canadá), publicado no Systematic Reviews Journal, concluiu que o Reiki melhora a qualidade de vida e o equilíbrio emocional, com resultados ainda mais expressivos em mulheres.

Camila Rasmussen e Cibele Lima | Foto: Foto: Maysa Manoela

Sobre as terapeutas:

Camila Rasmussen é terapeuta corporal e interdimensional, especialista em Terapia Tântrica, Bioenergética e Práticas de Renascimento. Acumula quase dez anos de experiência dedicados à cura e à expansão da consciência feminina. É reconhecida por sua abordagem sensível e profunda, integrando corpo, mente, energia e espiritualidade para conduzir mulheres ao resgate de sua verdade e potência.

Cibele Lima é terapeuta integrativa, consteladora familiar, reikiana e facilitadora de Barras de Access e Facelift Energético. Atua há quase dez anos em processos de cura, expansão e reconexão do ser.

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