Austrália vai anunciar reconhecimento do Estado palestino na ONU em setembro

11 agosto 2025 às 08h28

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O primeiro-ministro da Austrália, Anthony Albanese, confirmou nesta segunda-feira, 11, que o país reconhecerá oficialmente um Estado palestino na Assembleia Geral da ONU, prevista para setembro. Segundo ele, a solução de dois Estados — Palestina e Israel — é “a melhor esperança da humanidade para quebrar o ciclo de violência no Oriente Médio e pôr fim ao conflito, sofrimento e fome em Gaza”.
A decisão foi anunciada horas após o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, criticar a Austrália e países europeus por considerarem o reconhecimento, classificando a posição como “vergonhosa”. Albanese disse ter conversado com Netanyahu na semana passada e afirmou que “a situação em Gaza superou os piores temores do mundo”, com “um número inaceitável de civis mortos”.
Ao lado do premiê, a ministra das Relações Exteriores, Penny Wong, declarou que “não podemos continuar esperando o fim de um processo de paz que está paralisado” e defendeu o aproveitamento dos “novos compromissos da Autoridade Palestina” e do apoio da Liga Árabe para isolar o Hamas.
A campanha militar israelense em Gaza, iniciada após o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023 — que matou 1,2 mil israelenses e deixou dezenas de reféns — já resultou em mais de 60 mil mortes, segundo autoridades de saúde locais.
A decisão australiana foi criticada pelo Conselho Executivo dos Judeus Australianos (ECAJ), que a classificou como “traição” e “decepção”, e pelo porta-voz de defesa da oposição, Angus Taylor, que a considerou “prematura” e alegou que a medida “recompensaria o Hamas”.
O movimento da Austrália acompanha iniciativas semelhantes de países como França, Canadá e Reino Unido, que nas últimas semanas também anunciaram a intenção de reconhecer formalmente a Palestina.
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