Aumento de salários do prefeito, secretários e vereadores ainda não entrou na pauta da Câmara
15 dezembro 2020 às 13h01

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Segundo informações não oficiais, Mercês já teria reunido apoio suficiente para votação, mas falta “ambiente”. Um dos fatores que atrapalham a tramitação da proposta, que é legal, é a opinião pública contrária e consequente desgaste político da Casa

Apesar da expectativa, a proposta que prevê aumento no salário do prefeito, secretários e vereadores da capital não foi votada na sessão ordinária desta terça-feira, 15. Para ser discutido em plenário, o projeto de lei precisa ser incluído na pauta pelo presidente da Casa, Romário Policarpo (Patriota).
Outra possibilidade é que o autor da matéria, vereador Milton Mercês (Patriota), recolha assinaturas suficientes para solicitar a inversão da pauta. Vale lembrar que na sessão da última quinta-feira, 10, o parlamentar foi visto recolhendo assinaturas dos colegas durante a sessão ordinária.
Segundo informações não oficiais, Mercês já teria reunido apoio suficiente para votação, mas falta “ambiente”. Um dos fatores que atrapalham a tramitação da proposta, que é legal, é a opinião pública contrária e consequente desgaste político da Casa em aprovar a atualização dos salários em um momento de pandemia e crise econômica.
Outra situação que influência na tramitação do PL é a proximidade da eleição da Mesa Diretora. Um posicionamento favorável ou contrário pode significar o comprometimento do parlamentar e a perda de apoio de colegas.
Até o momento, alguns vereadores que são contrários ao aumento tem se posicionado, mas a maioria segue “avaliando” a proposta. Poucos já se posicionaram a favor, como a vereadora Priscilla Tejota (PSD) e Paulo Magalhães (DEM). “Está na lei, temos que seguir a constituição. Vereador não está pedindo aumento”, diz o vereador ao lembrar que Trindade e Aparecida têm salários melhores que a capital.
Já Carlin Café tem se posicionado contra o aumento desde o início das discussões. “Sou extremamente contra em função da situação que o paiís vive, são 14 milhões de desempregados. É momento de darmos um bom exemplo, vamos deixar isso para ser discutido em uma próxima legislatura”, defende.
Mais tempo
Nesta terça-feira, 15, o vereador Clécio Alves (MDB) pediu vistas do projeto da Lei Orçamentária Anual (Loa), o que acaba por estender o número de sessões antes do recesso. Com isso, caso o clima de rejeição à proposta melhore, espera-se que o autor apresente o pedido para inversão da pauta e o aumento seja votado.
No momento, isso parece improvável por conta das manifestações contrárias realizadas nas galerias e na porta da Câmara. Mas, até o final da semana, é possível que a matéria seja retomada. Caso seja aprovado, o aumento começa a valer em 2022.