Aumento de ocorrências por uso de linha com cerol em Goiânia ascende alerta

01 junho 2020 às 18h43

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Só no mês de março foram 108 ocorrências. Motogirl que teve pescoço cortado conta experiência que poderia ter tirado sua vida
A Guarda Civil Metropolitana (GCM) está em alerta após o receber nesta segunda-feira, 1°, o relatório trimestral sobre as ocorrências registras ao uso de cerol em Goiânia. Enquanto no mês de março foram três autuações por uso da linha cortante, em meio o número chegou a 108.
O total de registros entre março e maio foi 131, número que na prática é bem maior. Entre as estatísticas não relatas oficialmente, a motogirl Roberta Stefany conta o dia em que poderia ter perdido a vida, tendo o pescoço cortado enquanto dirigia a serviço.
“Eu estava andando bem devagar procurando um endereço, quando senti a linha no meu pescoço. A primeira reação foi tirar com a minha mão. No momento não senti se tinha cortado ou não”, detalha Roberta, que acrescenta ter descido da moto em seguida para conversar com um homem adulto dono da linha, mas ainda teria sido insultada.
“Logo comecei a sentir meu pescoço ardendo, voltei a moto e olhei do espelho e vi que estava sangrando. Minha pressão começou a cair pelo desespero e fiquei com medo de desmaiar perto dos sujeitos e eles fazerem algo comigo, então minha reação foi pegar minha moto e ir pra casa”, conta a motogirl.
Aumento dos casos
Segundo o comandante da corporação, GCM Wellington Paranhos, o aumento do uso de cerol estaria ligado às circunstâncias de suspensão de aulas. “Com isso as crianças tendem a ficar mais tempo em casa ou mesmo brincando nas proximidades destas”, avalia.
O comandante chama atenção para a importância de registrar denuncias, pelo telefone funcional 153. “Pedimos para que os pais também nos ajudem a orientar essa meninada”, solicita o comandante.
Apesar do aumento do número de ocorrência, vale ressaltar que desde o início da campanha Pipa sem Cerol, em 2009, os números de acidentes com vítimas fatais com esse artefato vêm diminuindo, conforme os dados
2009 – não houve vítima fatal
2010 – 4 mortes
2011 – 1 morte
2012 – não houve vítima fatal
2013 – 1 morte
2014 – não houve vítima fatal
2015 – 1 morte
2016, 2017, 2018 e 2019 – não houve vítima fatal