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Pelo Facebook, filósofo defendeu reformas profundas no sistema político brasileiro e endossou críticas aos interesses por trás do afastamento da presidente Dilma Rousseff

Olavo de Carvalho: filósofo é um intelectual expoente do conservadorismo
Olavo de Carvalho: Impeachment só serviu à classe política | Foto: Reprodução

Desde que o agora afastado presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), aceitou o pedido de impeachment de Dilma Rousseff (PT) em dezembro de 2015, a legitimidade do processo é questionada de várias formas. Inicialmente, governistas acusavam Cunha de ter agido em retaliação ao PT, depois que a legenda votou pela continuidade do processo contra ele no Conselho de Ética da Casa.

Conforme o processo avançava pela Câmara rumo ao Senado Federal, muitos aliados e defensores de Dilma seguiam denunciando interesses escusos por trás do afastamento da presidente. A oposição, por outro lado, defendia a tese de que houve crime de responsabilidade fiscal e, portanto, não seria plausível falar em armação e nem em “golpe”, como dizem os contrários ao impeachment.

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Nesta segunda-feira (23/5), no entanto, uma gravação revelou o até então ministro do Planejamento, Romero Jucá (PMDB-PE), em conversa com o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, sugerindo que o impeachment foi pensado como uma maneira de barrar as investigações da Lava Jato. As articulações e os verdadeiros motivos que levaram Dilma a se tornar ré no Congresso Federal foram então questionados, mesmo entre aqueles terminantemente contra o PT.

Pelo Facebook, um dos principais mentores intelectuais da direita brasileira, o filósofo Olavo de Carvalho, endossou as críticas ao processo de impeachment dizendo que o processo inteiro “Foi criado para defender a classe política apenas”. Para ele, é necessário fazer uma reforma muito mais profunda no sistema brasileiro que apenas destituir a presidente do Brasil.

“Os melhores líderes do movimento pró-impeachment sabiam disso desde o começo. O ingresso de Bicudos e Reales na área só serviu para fortalecer a hegemonia em troca da remoção da Dilma, uma migalha jogada aos cãezinhos”, disparou. “Quanto de esforço mental certos fulanos ainda precisarão fazer para entender que o projeto Jucá FOI realizado, que nisso consistiu o impeachment e nisso consiste, ao menos em parte, o governo Temer?”, prosseguiu.

Mesmo o pedido de afastamento de Romero Jucá não foi suficiente para acalmar o filósofo, para quem a atitude é “Só varrer a sujeira para baixo do tapete”. “O escândalo não é a presença dele no ministério. É a trama toda que ele planejou com o tal Machado, a qual foi realizada, continua em vigor e não será abolida pela demissão do ministro”.

Apesar de criticar o impeachment, Olavo seguiu no ataque à esquerda brasileira, criticando, por exemplo, o recuo do presidente interino, Michel Temer (PMDB), na extinção do Ministério da Cultura: “O episódio do Ministério da Cultura mostrou, acima de qualquer possibilidade de dúvida, quem manda neste país”.

Confira um dos posts de Olavo de Carvalho: