O gerente de Combate a Mudanças Climáticas e Fomento à Política de Redução de Carbono da Prefeitura de Goiânia, Gabriel Tenaglia, afirmou ao Jornal Opção que, além das enchentes, o grupo passa a atuar também contra as queimadas, problema recorrente no período seco.

Tenaglia anunciou que nesta sexta-feira, 15, será lançado no Jardim Botânico o Plano de Ação de Combate às Queimadas nos Parques, junto com a assinatura do Decreto Municipal recepcionando a lei federal e instituindo a Política Municipal de Prevenção e Combate ao Fogo e Conservação da Biodiversidade.

“Um dos pontos centrais da lei é a criação da Brigada Municipal para atuar nos parques. O grande problema hoje é o tempo de resposta, e queremos ter equipes próprias para agir rapidamente, como já fazem o Ibama e a Semad”, afirmou.

O gerente explicou que, no período seco, a Prefeitura realiza ações como roçagem e retirada de cipós que funcionam como “condutores” do fogo entre árvores. No entanto, a maior parte dos incêndios é provocada por ação humana.

“Muita gente coloca fogo para limpar lote ou queimar lixo. Isso é crime, com multa a partir de R$ 5 mil, e o infrator responde nas esferas administrativa, civil e criminal”, alertou. Para reduzir a incidência de queimadas, a gestão aposta também na conscientização e na criação de ecopontos temporários para evitar o descarte irregular de resíduos.

Outra ferramenta será um aplicativo, desenvolvido em parceria com o Centro de Informações Metereológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo), que permitirá denúncias geolocalizadas de incêndios, com possibilidade de envio de fotos e de forma anônima.

“Assim que a denúncia for registrada, o gerente do parque, Corpo de Bombeiros, Guarda Civil Metropolitana, Defesa Civil e outros órgãos receberão a informação simultaneamente. Isso vai encurtar muito o tempo de resposta e evitar que o fogo se alastre”, disse Tenaglia.

Ele lembra que Goiânia tem 738 km² e mais de 800 bairros, o que torna impossível manter equipes em todos os pontos, segundo ele. A Prefeitura pretende ainda integrar o sistema de câmeras de monitoramento ao aplicativo para identificar focos de incêndio em tempo real.

“O objetivo é trabalhar de forma conjunta, com todos os órgãos na rua para identificar e punir quem coloca fogo, seja na porta de casa, num lote ou em área de preservação”, concluiu.

Mortes zeradas

Tenaglia ainda comemorou o fato de que o período chuvoso do primeiro semestre não registrou mortes decorrentes de alagamentos e inundações na capital. Segundo ele, a Prefeitura aguarda a implementação do Plano de Drenagem, já apresentado, que identificou 138 pontos de risco de alagamento na cidade.

“As obras de drenagem são realmente caras, então não nos iludimos em pensar que vamos resolver tudo em curto prazo. É um programa de longo prazo, mas já estamos adotando medidas paliativas em áreas críticas para reduzir os impactos até 2026”, disse.

Uma das medidas para melhorar a resposta a eventos extremos é a integração de informações meteorológicas com ações de mobilidade e Defesa Civil.

“Firmamos parceria com o Estado, especialmente com o Cimehgo, que faz a medição meteorológica. Quando tivermos previsão de chuvas torrenciais, vamos deslocar equipes preventivamente e fechar vias antes que o problema se instale”, explicou.

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