Após rejeição de denúncia, Lêda Borges frisa que Operação Decantação causou depressão em acusados
28 maio 2019 às 18h12

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Ação teve denúncia rejeitada pelo juiz Rafael Ângelo Slomp, da 11ª Vara da Justiça Federal

A deputada estadual Lêda Borges (PSDB) aproveitou o Pequeno Expediente desta terça-feira, 28, na Assembleia Legislativa, para criticar a Operação Decantação 1, que teve a denúncia rejeitada pelo juiz Rafael Ângelo Slomp, da 11ª Vara da Justiça Federal.
Deflagrada em 2016 pelo Ministério Público Federal, a operação, conforme lembrou a deputada estadual, investigava supostas irregularidades no âmbito da Saneago. Inclusive, ela citou que a ação foi colocada perto de uma eleição estadual e ganhou notoriedade em parte da imprensa.
A parlamentar lembrou, ainda, que houve um suicídio em decorrência dessa denúncia, que envolveu 38 pessoas e prendeu 15 delas. “Foram cumpridos 67 mandados de busca e apreensão, quebrou sigilos bancários, telefônicos, fiscais. Àquela época, nós tivemos o suicídio de um engenheiro da Saneago e hoje temos dez funcionários dessa autarquia com quadro de depressão por causa dessas denúncias”.
Interesses
Ainda em sua fala, Lêda questionou os interesses da operação. Segundo ela, um trecho da decisão do juiz Rafael Ângelo chamou sua atenção.
“Chamo a atenção o fato de que o MPF, em que pese haver apresentado peça extremamente longa e complexa, composta de nada menos 184 laudas frente e verso, não se desincumbiu da tarefa de comprovar o fato criminoso com relação a cada um dos acusados”, reproduziu a fala do magistrado.
Para a tucana, é necessário ampliar o debate dessas ações midiáticas no Brasil praticadas tanto pela PF quanto pelo MPF. “Quem vai pagar a morte desse funcionário? O prejuízo da depressão de mais dez funcionários?”, questionou.