Após muitos acidente, mortes e disputas, BR-153 começa a ser duplicada em Goiás

12 agosto 2025 às 17h07

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Depois de um histórico de adiamentos e entraves judiciais, a Ecovias Araguaia iniciou, em julho, mais uma fase das obras de duplicação da BR-153 em Goiás. O investimento desta etapa ultrapassa R$ 500 milhões para 53,44 quilômetros de duplicações, distribuídos entre Uruaçu (16,4 km), Campinorte (7 km), Rialma (28,6 km) e Rianápolis (1,4 km) — um avanço tímido diante da meta contratual de 622 km ao longo da concessão.
Apesar da promessa de maior segurança, o ritmo das entregas segue abaixo do esperado. Entre janeiro de 2020 e maio de 2025, o trecho goiano acumulou 4.791 acidentes, 5.471 feridos e 361 mortes, números que reforçam a urgência de intervenções que já deveriam estar mais adiantadas. A BR-153, conhecida como “Rodovia da Morte”, mantém o apelido justamente pela demora em soluções estruturais.
No Tocantins, também há avanços: 7 km de duplicação em Talismã, Alvorada e Figueirópolis. Em 2024, foram entregues 11,25 km em Gurupi, com três retornos, dois viadutos, uma passarela e 5,6 km de marginais; e 1,6 km em Aliança, com dois viadutos e marginais. Ainda assim, comunidades locais cobram mais celeridade e questionam o alcance das obras frente aos recursos aplicados.
O pacote atual inclui quase 30 km de marginais, 14 retornos, oito dispositivos de acesso, três passarelas e dois acessos principais. Ao todo, a concessão prevê R$ 7,8 bilhões em obras e R$ 6,2 bilhões em custos operacionais. Mas, no quarto ano do contrato, apenas uma pequena fração do que foi prometido está concluída.
Ao final da concessão, Goiás deve receber 448,54 km duplicados e o Tocantins, 173,98 km. Até lá, motoristas seguem enfrentando riscos em uma rodovia cujo problema central — a lentidão na execução — parece resistir tanto quanto o próprio trânsito no trecho.
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