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Relatório apresentado pelo tribunal aponta que “super gratificações” nos quinquênios foram fruto de ação de grupo de empregados da Comurg para enriquecimento próprio

Em fevereiro, Comurg pagou R$ 420 mil em quinquênios a 40 funcionários do órgão | Foto: Marcelo Gouveia / Jornal Opção Online

O Tribunal de Contas do Município apresentou relatório no qual recomenda aprovação de medida cautelar para que o prefeito de Goiânia, Iris Rezende (PMDB) e o presidente da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) Denes Pereira, tomem providências imediatas quanto ao pagamento de super gratificações dentro do órgão de limpeza urbana. A prefeitura deve ser notificada nesta quarta-feira (29/3).

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Após auditoria nas concessões de quinquênios, o órgão pede o recálculo imediato do benefício e ainda que a Comurg se abstenha de conceder qualquer tipo de incorporação de gratificação a seus funcionários até que a Corte se pronuncie em definitivo em relação ao tema.

O Tribunal de Contas realizou nos últimos dias, a partir de requerimento encaminhado pela Câmara Municipal de Goiânia, uma investigação sobre suposta concessão de “supergratificações” a servidores por meio de quinquênios. Segundo dados do Portal da Transparência da Prefeitura de Goiânia apresentados pelo vereador Elias Vaz (PSB), apenas os 40 maiores acréscimos concedidos a servidores no mês de fevereiro de 2017 somaram uma quantia de R$ 420 mil.

De acordo com o relatório apresentado pela Secretaria de Atos de Pessoal do TCM, ao qual o Jornal Opção teve acesso, um grupo de empregados da Comurg “uniu-se com o objetivo deliberado de dilapidar e desviar recursos públicos da companhia para proveito e enriquecimento próprio” e o “esquema” consistia exatamente na utilização dos Acordos de Convenção Coletiva para conceder “fachada de legalidade” aos quinquênios excessivos.

O prefeito e o presidente da Comurg também serão notificados para que não concedam qualquer direito ou vantagem estabelecidos nas convenções trabalhistas de 2013 e 2016 a todos os funcionários que estão à disposição da companhia mas não são empregados.

Também não poderão ser realizados pagamentos a título de contribuição sindical com exceção daquelas determinadas por lei. Outra recomendação é para que não seja realizado novo Acordo de Convenção Coletiva de Trabalho até manifestação definitiva do tribunal.

O tribunal pede ainda explicações da prefeitura sofre a não apresentação da folha de pagamento dos empregados da Comurg referente aos anos de 2015 e 2016 e deu um prazo de 20 dias para que o prefeito Iris Rezende, o presidente da Comurg, Denes Pereira e o ex-presidente da Comurg Edilberto Dias, apresentem suas alegações de defesa, sob pena de presunção de confissão.