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Vereadora entrou com representação para que seja instaurado inquérito contra prefeitura. Ela quer elucidação de fatos que levou à desocupação de prédio da SME

Vereadora Priscilla Tejota/Reprodução

A vereadora Priscilla Tejota (PSD) entrou nesta quinta-feira (27/4) com uma representação no Ministério Público de Goiás (MPGO) para que seja instaurado um inquérito visando apurar se houve crime de abuso de autoridade e poder contra os professores na desocupação da Secretaria Municipal de Educação (SME), na noite do dia 26. O mesmo pedido, segundo ela, foi encaminhado à Superintendência Judiciária da Polícia.

No documento, a vereadora do PSD pede ao MP que a investigação se concentre no prefeito Iris Rezende (PMDB), secretário municipal de educação, Marcelo Costa, e comandante da Guarda Municipal de Goiânia, José Eulálio Vieira.

Na representação, Priscilla Tejota lembra que as reivindicações dos professores são legítimas e amparadas na Constituição Federal. “O trabalhador tem o direito da greve, as manifestações e na busca pela valorização da classe. Era isso que os professores buscavam, ou seja, o direito humano básico de dialogar e ser ouvido”, ponderou.

“Pelo contrário”, acrescenta ela, “o que se viu foi um cenário digno de guerra contra uma das classes mais fundamentais e desvalorizadas do País, a dos educadores, que estavam ali defendo reivindicações legítimas e garantidas constitucionalmente”.

A vereadora lembra que constitui abuso de autoridade qualquer atentado ao direito de reunião, incolumidade física do indivíduo, bem como aos direitos e garantias legais ao exercício profissional. “Então, o que se viu naquela noite de terror foi total abuso de autoridade e poder promovido pelo prefeito, secretário da educação e chefe da Guarda Municipal”, concluiu.

Convocação

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A ação truculenta por parte da gestão Iris contra os manifestantes que ocuparam a sede da SME repercutiu entre os vereadores na sessão desta quinta-feira.

Com 15 assinaturas, o vereador Elias Vaz (PSB) entrou, durante os trabalhos legislativos, com um pedido de convocação do prefeito Iris Rezende, do secretário municipal de Educação, Marcelo Costa, e do comandante da Guarda Civil Metropolitana, José Eulálio Vieira, para que estejam na Casa para esclarecer os atos que culminaram com a desocupação da sede da secretaria.

Se aprovada pelo plenário, os convocados terão 15 dias úteis para comparecer à Câmara, após notificação. “O prefeito, seu secretário e o chefe da Guarda Civil estão obrigados a vir a esta Casa explicar sobre a forma violenta, truculenta e desproporcional utilizada pelo Executivo contra os professores. As imagens e relatos dos que estavam ali demonstram de forma cabal mostraram o total despreparo e desrespeito aos trabalhadores da educação”, citou Elias.

Ainda durante a sessão, o vereador Jorge Kajuru (PRP), da tribuna, exibiu um vídeo sobre a invasão da secretaria pela Guarda. “Foi uma violência sem tamanho. Nove professores foram presos. A professora Solange Amaral levou um tiro. O pior é que a Guarda confirmou que a ordem para a invasão partiu do Paço, partiu do senhor Iris Rezende”, acusou.

Cristina Lopes (PSDB), Paulo Magalhães (PSD) e Sabrina Garcês (PMB) também engrossaram o coro contra a administração municipal devido ao episódio de violência da última noite.