Com o apoio de oito democratas, os republicanos conseguiram o número mínimo de votos para aprovar um pacote de gastos de compromisso, que financiaria a maior parte das agências federais até janeiro — medida que pode encerrar semanas de impasse que mantiveram o governo paralisado por 40 dias. A votação preliminar aconteceu na noite de domingo, 9 e abre caminho para que o acordo comece a tramitar no Congresso. O projeto ainda precisaria ser debatido e aprovado novamente no Senado, depois na Câmara dos Representantes, e, por fim, assinado pelo presidente Donald Trump para encerrar a paralisação.

A principal exigência dos democratas na luta contra a paralisação do governo era a prorrogação dos subsídios do seguro saúde da Lei de Acesso à Saúde (Affordable Care Act), que expiram no final do ano. No plenário, durante a votação, o líder da maioria no Senado, John Thune, afirmou que se comprometeu com os democratas a realizar uma votação sobre a prorrogação dos subsídios da Lei de Acesso à Saúde até a segunda semana de dezembro. Ainda assim, o fim da paralisação deixará um gosto amargo para muitos democratas.

Os republicanos, que controlam 53 votos no Senado, tentaram sem sucesso, nas últimas semanas, convencer democratas suficientes para aprovar um projeto de lei de gastos temporário. Até hoje, eles haviam conseguido o apoio de apenas três membros da bancada democrata — um número insuficiente para atingir o mínimo de 60 votos necessário para prosseguir.

O cerne do acordo emergente no Senado é um pacote de gastos, negociado discretamente por moderados de ambos os partidos, que inclui uma nova medida provisória para financiar o governo até janeiro. Além de três medidas de gastos separadas para cobrir programas relacionados à agricultura, construção militar e agências legislativas durante a maior parte de 2026.

Os líderes da Comissão de Orçamento do Senado divulgaram a medida de financiamento temporário, que inclui disposições que os democratas vinham pressionando discretamente para que revertessem as demissões de funcionários federais realizadas pelo presidente Trump durante a paralisação do governo e impedissem novas demissões em massa até janeiro. Os três projetos de lei de gastos individuais omitem a maior parte dos cortes profundos que Trump propôs em seu orçamento deste ano.

A proposta do presidente Trump é eliminar o programa “Alimentos para a Paz”, que envia excedentes de colheitas americanas para comunidades afetadas pela fome e pela inanição em todo o mundo. A legislação do Senado destinaria US$ 1,2 bilhão (R$ 6,4 bilhões) para o programa, defendido por muitos republicanos de importantes estados agrícolas.

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