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Em sete meses de governo, os deputados da Câmara Federal votaram seguindo orientação do Palácio do Planalto em 88% das votações nominais

O presidente Michel Temer (PMDB) termina 2016 com uma alta “taxa de governismo” dentro do Congresso Nacional. Segundo dados levantados pelo Estadão Dados, do Estado de S. Paulo, em sete meses de governo, os deputados da Câmara Federal votaram seguindo a orientação do Palácio em 88% das votações nominais que ocorreram em plenário.

O número é bem maior que a taxa média alcançada por Dilma Rousseff (PT), por exemplo, que no mesmo período atingiu apenas 63%. A porcentagem alcançada por Michel Temer é considerada uma das mais altas na história recente da Câmara dos Deputados.

De fato, a grande adesão do Congresso possibilitou a aprovação de medidas impopulares do governo, como a PEC do teto de gastos, ja aprovada e sancionada e a reforma do ensino médio, que já passou pela Câmara e segue agora para o Senado.

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O desafio para 2017 é manter a maioria no parlamento, frente a outras proposições de difícil adesão propostas pelo Palácio do Planalto, como a reforma da previdência, que já causa controvérsia na base do governo.

Apesar do sucesso na aprovação de matérias, a desaprovação popular de Michel Temer tem aumentado nos últimos meses, principalmente pela demora na melhora da economia e constantes escândalos envolvendo membros da cúpula do governo.

Na última sexta-feira (23/12), dados do Pulso Brasil — monitoramento mensal da opinião pública realizado pela Ipsos — sobre a avaliação do governo federal mostraram que 77% dos brasileiros desaprovam a forma como o presidente Michel Temer vem atuando no país. A Ipsos também mediu a avaliação da gestão do governo. Enquanto em novembro 52% faziam uma má avaliação, o índice subiu para 62% em dezembro.