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Apontamento foi feito pelo presidente da Câmara na sessão desta terça: “somos a primeira cidade em que o sistema particular entra em colapso antes do sistema público de saúde”

O presidente da Câmara Municipal de Goiânia, Romário Policarpo (Patriota), recolheu assinaturas na sessão presencial desta terça-feira, 23, para a abertura da Comissão Especial de Inquérito (CEI) que vai investigar a disponibilidade de leitos em hospitais particulares na capital durante a pandemia de Covid-19.

Policarpo relatou que, antes da pandemia, um leito de UTI era alugado por cerca de R$1.800,00. Esse valor saltou para R$3 mil durante a pandemia e ainda assim a prefeitura de Goiânia fechou 100 leitos para atender a pacientes com Covid-19.

No entanto, o parlamentar destaca que 80 leitos teriam sido ocupados do dia para a noite, sem maiores explicações e transparência sobre essa ocupação. Romário enfatizou que, neste período, é importante frisar que os hospitais particulares estão proibidos de realizarem cirurgias e internações eletivas.

Soma-se a isso o fato de a Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg), responsável pela maioria de leitos de UTI e de enfermaria da rede privada na capital, ter dado publicidade ao fato de que a ocupação estaria em seu limite.

Aluguel de leitos de UTI pode custar até R$6 mil

“Goiânia faz história mais uma vez de forma negativa, somos a primeira cidade em que o sistema particular entra em colapso antes do sistema público de saúde”, questionou Policarpo, ao lembrar que a informação além de ter atrapalhado a flexibilização do comércio também fez o preço do aluguel de leitos saltar para até R$ 6 mil.

Após o desabafo, o presidente da Casa convocou os colegas a assinarem o pedido de abertura da CEI a fim de que a Casa consiga jogar luz à questão da ocupação de leitos particulares em Goiânia. Essa transparência, segundo o líder do prefeito Wellington Peixoto (DEM) é importante uma vez que permite ao poder público estudar a flexibilização com mais segurança.

Para que seja feita a reabertura de algum setor do comércio são avaliados: os índices de isolamento, número de infectados e a ocupação dos leitos de UTIs e enfermaria dedicados à Covid-19 no município. “Temos recebido denúncias de que existem leitos disponíveis, os hospitais dizem que estão ocupados. Precisamos descobrir qual é a realidade da rede particular”, pondera Peixoto.

Para a Câmara, o momento em que o mundo enfrenta uma pandemia mundial não pode ser pretexto para que os cofres públicos sejam sacrificados da foram como está ocorrendo. Assim, caso a CEI constate que os hospitais particulares estão “escondendo” leitos for para aumentar os preços dos aluguéis ao poder público, a Casa fará as denúncias cabíveis.

A reportagem entrou em contato com a Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem. O espaço permanece aberto para manifestações.