Na manhã desta terça-feira, 11, a Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) sediou o lançamento da coleção “Conhecendo os Biomas Brasileiros” e da plataforma digital “Lapig na Escola”, iniciativas voltadas à educação ambiental e à difusão científica sobre os ecossistemas nacionais.

O evento, proposto pelo presidente da Comissão de Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Alego, deputado Antônio Gomide (PT), reuniu autoridades, pesquisadores e representantes de instituições de ensino e pesquisa, em um momento de integração entre o Parlamento goiano e as discussões globais sobre o clima, em curso na COP30, realizada em Belém (PA).

A audiência pública destacou a relevância da temática ambiental e reforçou o compromisso da Casa com a formulação de políticas sustentáveis. “Debater aqui, hoje, o tema tem a importância de podermos estar inseridos no tema principal do mundo, que é exatamente a COP30”, afirmou o parlamentar, ressaltando o papel do Legislativo estadual na defesa do Cerrado e na preservação dos demais biomas brasileiros.

O evento foi realizado na Sala das Comissões Júlio da Retífica e contou com a presença de nomes de destaque da academia, como a professora Elaine Silva, coordenadora do Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento (Lapig) da Universidade Federal de Goiás (UFG), e a professora Nicali Bleyer, diretora do Instituto do Trópico Subúmido da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO). Também participaram representantes da Rede MapBiomas, do Centro de Excelência em Estudos, Monitoramento e Previsões Ambientais do Bioma Cerrado (Cepa Cerrado) e da Secretaria de Estado da Educação (Seduc-GO).

Promovido em parceria com o Lapig e a UFG, o encontro apresentou um panorama técnico e científico dos seis biomas brasileiros (Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal) e marcou a estreia de um conjunto de materiais pedagógicos inovadores, compostos por seis e-books gratuitos e uma plataforma digital interativa.

Cada e-book traz nove capítulos interconectados, abordando desde a contextualização socioespacial até temas como substrato geológico, dinâmicas climáticas, recursos hídricos, solos, biodiversidade, uso e ocupação do território e povos tradicionais. Os conteúdos são acompanhados por mapas, gráficos, imagens e tabelas.

De acordo com os organizadores, o diferencial do material está na metodologia interdisciplinar e na valorização das diferentes formas de aprender. “Esse momento marca a entrega daquilo que a ciência e a tecnologia podem oferecer para a sociedade”, destacou a professora Elaine Silva, ao ressaltar que o projeto é fruto de um esforço coletivo entre o Lapig, pesquisadores e o Parlamento goiano.

A professora Nicali Bleyer também sublinhou o impacto do trabalho conjunto entre instituições. “Quanto mais material científico com qualidade e técnica pudermos produzir, tanto quanto melhor”, afirmou.

Entre as autoridades presentes, o ex-prefeito de Goiânia Pedro Wilson Guimarães (PT) fez uma reflexão política e histórica sobre a defesa do Cerrado. “Nós precisamos resgatar uma política pública efetiva de meio ambiente, que alcance desde as terras do Brasil até o fundo do mar, onde já se descobrem novas fontes de terras raras”, afirmou.

O professor Laerte Ferreira, representante da Rede MapBiomas, alertou para a urgência do letramento climático e da educação ambiental. “A situação do planeta é grave, e o tempo está cada vez mais curto. Nós precisamos frear tanta destruição, e isso só será possível com educação, conhecimento e ciência”, afirmou.

Ele lembrou que os biomas brasileiros estão interligados e que o Cerrado é vital para a Amazônia. “Não existe Amazônia sem Cerrado, nem Cerrado sem Amazônia. Essa é uma luta de todos nós, que deve ir muito além dos partidos políticos.”

Ao final do encontro, Gomide reforçou que a audiência pública representa uma contribuição de Goiás ao debate ambiental global. “Estamos ligados e linkados com a COP30 e queremos, obviamente, desse debate, contribuir para fazer com que o nosso meio ambiente cada vez seja melhor e a preservação do nosso bioma Cerrado em Goiás”, concluiu.

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