73% dos brasileiros são contra flexibilização do porte de armas, diz Ibope
03 junho 2019 às 11h49

COMPARTILHAR
Pesquisa ouviu 2.002 pessoas em 143 municípios
Dados do Ibope revelaram que 73% dos brasileiros são contra a flexibilização do porte de armas, que é a autorização para cidadãos comuns transportarem arma forma de casa, 26% são favoráveis e 1% não soube responder. A pesquisa foi realizada em março, depois da assinatura do primeiro decreto pelo presidente Jair Bolsonaro.
Em relação à posse de armas, 37% se dizem a favor da maior facilidade para possuir arma em casa, 61% são contrários e 2% não responderam ou não souberam responder. O primeiro decreto com as novas regras sobre posse foi publicado em 15 de janeiro, o segundo, com as novas normas sobre o porte e compra de munições, em 8 maio, e o terceiro, publicado em 22 de maio, mudou os pontos questionados pela Justiça.
Na pesquisa, foram ouvidas 2.002 pessoas em 143 municípios, entre os dias 16 e 19 de março. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Foi constatado que a opinião varia de acordo com a região do país e entre homens e mulheres. A região sul apresentou o maior número de pessoas favoráveis à flexibilização da posse, com 48%, já no nordeste, o apoio foi de 33%.
No que diz respeito à flexibilização do porte, as regiões norte e centro-oeste aparecem com 34%, e a sudeste com o menor percentual, somente 22% dos entrevistados são a favor da medida.
O afrouxamento da posse e do porte teve um apoio maior entre os homens, e revelou ainda, que 51% da população discorda da afirmação de que o aumento de pessoas armadas torna a sociedade mais segura. Outros 37% discordam da ideia de que ter uma arma em casa a torna mais segura. Por outro lado, 31% afirmaram ter convicção plena de que a casa fica mais segura com uma arma.
No que diz respeito ao porte, 47% discordaram totalmente do fato de que carregar uma arma deixa a pessoa mais segura, e 18% discordaram em parte.
Decretos
O decreto que facilitou a posse de armas foi assinado pelo presidente, em janeiro. No texto, as exigências eram: ter idade acima de 25 anos, apresentação de atestado de aptidão técnica, laudo psicológico e certidão de antecedentes criminais. Este decreto foi revogado, posteriormente, pelo decreto de 8 de maio, o qual incluiu novas normas para o porte de armas. Em 22 de maio, o governo recuou, fazendo algumas alterações no texto, como o veto de porte de fuzis, carabinas ou espingardas para cidadãos comuns.