5% dos brasileiros têm medo de o país entrar em guerra, aponta Genial/Quaest

21 agosto 2025 às 17h35

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Pesquisa Genial/Quaest divulgada na quarta-feira, 20, revelou que 5% dos brasileiros têm receio de que o país se envolva em algum conflito armado. O índice é próximo ao registrado por aqueles que apontam a educação como principal problema nacional, com 6% das respostas — diferença dentro da margem de erro de 2 pontos percentuais.
De acordo com os dados, até dezembro de 2024, os brasileiros não demonstravam preocupação com a possibilidade de guerra. Em maio deste ano, apenas 2% se declararam receosos, mesma proporção registrada em julho. A elevação para os atuais 5% coincide com tensões crescentes entre Brasil e Estados Unidos, envolvendo tarifas comerciais e decisões do Judiciário brasileiro em processos contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.
O aumento do temor também se relaciona às declarações do governo Donald Trump sobre uma nova guerra às drogas na América do Sul, incluindo a ameaça de uso da força militar contra facções criminosas. Recentemente, navios e veículos militares americanos foram movimentados próximos à Venezuela, governada por Nicolás Maduro.
A pesquisa ouviu 12.150 pessoas entre os dias 13 e 17 de agosto, apresentando margem de erro de 2 pontos percentuais e nível de confiabilidade de 95%. Entre os principais receios, a violência urbana ainda lidera, citada por 26% dos entrevistados, embora o índice tenha caído em relação a agosto de 2023, quando 31% dos brasileiros a apontavam como maior preocupação.
Última grande guerra do Brasil
As novas gerações não têm experiência direta com guerras envolvendo o Brasil. A última participação foi na Segunda Guerra Mundial (1939-1945). O país entrou no conflito em 1942, sob a presidência de Getúlio Vargas, após navios mercantes brasileiros serem torpedeados pelo submarino alemão U-507.
“Em 22/08/1942, após ter seus navios mercantes torpedeados, o Brasil declarou guerra à Alemanha nazista e à Itália fascista. A declaração foi uma resposta do então presidente Getúlio Vargas à pressão da população. Os ataques do Eixo a embarcações brasileiras tiveram início no ano anterior, mas em agosto de 1942, mais de 600 brasileiros morreram nos cinco navios torpedeados pelo submarino alemão U-507”, relata o Instituto Histórico-Cultural da Aeronáutica, do Museu Aeroespacial da Força Aérea Brasileira (FAB).
Segundo o instituto, antes do conflito, a Alemanha era importante parceiro comercial do Brasil e parte do governo, incluindo Vargas, tinha simpatia pela ideologia nazista e fascista. Apesar da declaração de guerra, os 25 mil soldados brasileiros só foram enviados à Itália em julho de 1944, integrando a Força Expedicionária Brasileira nos campos de batalha europeus.
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