UFG desenvolve sensor que mede glicose na lágrima
07 fevereiro 2023 às 10h47

COMPARTILHAR
Uma pesquisa realizada na Universidade Federal de Goiás (UFG) desenvolveu um sensor descartável de medição de glicose a partir da lágrima. A tecnologia consiste em passar o sensor de papel descartável no olho para que o paciente consiga acompanhar taxas de glicose.
Desenvolvido pela pesquisadora Ellen Flávia Moreira Gabriel ao longo de sua pesquisa de doutorado no Laboratório de Microfluídica e Eletroforese do Instituto de Química (IQ) da UFG, o biossensor colorimétrico, agora, é patenteado pela UFG, e visa atingir o sistema público de saúde.
Foram sete anos de pesquisa que levaram ao resultado que facilita a medição de glicose, que deve facilitar a vida de pacientes que precisam observar o valor com frequência. “Cada sensor custa em torno de dez centavos, então, acreditamos que pode ser um grande benefício para o Sistema Único de Saúde (SUS), uma vez que tanto o aparelho de medição da glicemia quanto as tiras descartáveis hoje disponíveis no mercado geram um custo alto de investimento”, afirma a pesquisadora.
A inovação, de baixo custo de mercado, promove conforto ao paciente que não precisa mais furar o dedo para fazer o acompanhamento pela detecção do sangue. “A maior dificuldade do paciente é ter que furar o dedo várias vezes ao dia para fazer o monitoramento. E com a pesquisa identificamos a correlação direta entre a glicose do sangue com a glicose da lágrima”, afirma.
Para utilizar, o paciente só precisa aproximar uma tirinha do olho e, em questão de minutos, tem o resultado. O biossensor é feito de papel-filtro impregnado com reagentes químicos que, quando em contato com a glicose da lágrima, muda cor. Quanto mais azul o dispositivo ficar, mais alterada está a taxa de açúcar no sangue.
Ao longo da pesquisa, o maior desafio de Ellen foi criar a tecnologia com baixo custo. Até então, o principal caminho era por meio da litografia, de alto custo de implementação. Segundo ela, porém, o grupo conseguiu avançar no desenvolvimento do sensor, permitindo o alcance de uma melhor sensibilidade para a detecção da glicose.
Agora, a ideia é levar a patente para aplicação em outras áreas, de forma a colher novos usos para a tecnologia. “Queremos conquistar outros benefícios. A covid-19 gerou um impacto e há outras doenças, e esse dispositivo pode ser muito bem aplicado em outras relevâncias clínicas”, afirma Ellen.