Em meio à guerra com a Ucrânia, Rússia retoma exploração lunar após 47 anos

A Rússia está prestes a lançar sua primeira missão à Lua em 47 anos e sinaliza para o retorno à exploração espacial interplanetária. Assim, como no período que ficou conhecido como Guerra Fria, a disputa hegemônica com os Estados Unidos, o país está em meio a uma guerra contra a Ucrânia que dura mais de um ano.

O lançamento da sonda Luna-25 está programado para a próxima quinta-feira, 10. Isso deve marcar a primeira incursão russa à Lua desde 1976. A sonda, que é automática, está nos estágios finais de preparação para decolagem. Seu principal objetivo será realizar pesquisas na superfície lunar, com foco na busca por água.

Lev Zeleny, diretor científico do Instituto de Pesquisa Espacial da Academia Russa de Ciências, explicou à mídia estatal russa que a principal tarefa da sonda será encontrar indícios de água no satélite natural da Terra. O trabalho na superfície lunar está planejado para se estender por um ano.

Luna-25

A missão russa foi nomeada originalmente como Luna-Glob e idealizada nos anos 1990, mas foi renomeada para Luna-25 para sugerir continuidade ao programa soviético. A última missa da superpotência bélica ocorreu em 1976, com a sonda Luna-24. O projeto de agora é um módulo de pouso desenvolvido pelo Instituto de Pesquisa Espacial (IKI) e construído pela empresa NPO Lavochkin.

Caso dê certo a missão, a Luna-25 coloca a Rússia em uma corrida espacial particular com a Índia, que lançou a missão lunar Chandrayaan-3 em julho. Porém, a Rússia acredita que sua sonda terá uma trajetória mais rápida e calcula chegar à Lua antes da missão indiana. Mesmo sem lançar a sonda, a Roscosmos, a agência espacial russa, já planeja futuras missões lunares, como a Luna-26 e a Luna-27, que consistirão em um orbitador e um módulo de pouso mais avançado, respectivamente.

Até então, a exploração espacial russa foi reduzida desde o colapso da União Soviética em 1991. A participação na Estação Espacial Internacional e o lançamento de satélites são suas principais atividades atualmente. Entretanto, suas tentativas de exploração interplanetária têm enfrentado desafios. Por exemplo, o lançamento de missões para Marte, como Mars 96 e Fobos-Grunt, não obteve sucesso.

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