O Instituto Benedita Lobo, referência em projetos sociais e formação musical em Goiânia, completa cerca de dez anos de atuação, embora suas origens remontem à Associação Betesda, que há mais de 15 anos realizava trabalhos comunitários e assistenciais.

Para o diretor executivo do Instituto, Fabiano Reis, a trajetória das duas organizações representa “mais de 30 anos de história dedicados à transformação social”.

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Fabiano Reis | Foto: Redes sociais

“O Instituto Benedita Lobo nasceu com o objetivo de trabalhar ações sociais, como atividades voltadas à melhor idade, a escola de música, e projetos em bairros que realmente beneficiam a comunidade”, explica Fabiano.

Ele destaca que a Escola de Música, um dos principais projetos da instituição, atende gratuitamente moradores da região Leste de Vila Nova, em Goiânia, além de manter atividades em outras cidades goianas.

“Hoje nós temos uma filial em Aparecida de Goiânia, que abriga um centro terapêutico para recuperação de dependentes químicos, já em fase final de regularização. Também temos uma unidade em Rio Verde, que vai oferecer cursos de informática, e acabamos de abrir uma filial em Catalão. Além disso, já possuímos áreas para futuras unidades em Conceição das Alagoas e em Goiânia”, detalha.

As ações do Instituto contemplam diferentes públicos, entre crianças, idosos e pessoas em situação de vulnerabilidade, com foco na promoção da cidadania e inclusão social.

“Atendemos principalmente comunidades carentes e realizamos ações nos bairros com cortes de cabelo, assistência jurídica e psicológica, distribuição de cestas básicas e atividades recreativas para crianças”, ressalta o diretor.

Segundo Fabiano, o trabalho tem gerado resultados positivos e ampliado o alcance do instituto.

“Neste ano já realizamos ações no setor Boa Vista e, mais recentemente, no setor Orlando de Morais. Tem sido uma bênção ver o quanto o Instituto Benedita Lobo tem transformado vidas”, afirma.

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Crianças alunos de música | Foto: Instagram

Jovem músico inicia trajetória profissional após aulas no Instituto

Aos 17 anos, André Eduardo Alves Ferreira já colhe os frutos do aprendizado musical iniciado no Instituto Benedita Lobo, onde começou a estudar viola em 2020. Apesar da interrupção causada pela pandemia, ele retomou as aulas há dois anos e hoje integra orquestras semiprofissionais, como a Cajuzinho e a Basileu França.

“Tudo começou no Instituto. Eles me disponibilizaram o instrumento, porque no início eu não tinha condições de comprar, já que é muito caro”, conta Eduardo.

Ele destaca a qualidade do corpo docente da escola e acredita que qualquer pessoa pode aprender música com dedicação: “Eu não sabia nada de música e, em pouco tempo, já estou tocando em orquestras. Todos podem conseguir, é só ter força de vontade”.

André tocando sua viola

Apesar da pouca idade, Eduardo demonstra disciplina e comprometimento com a prática musical: “A gente consegue, mas é preciso ter disciplina, porque requer muitas horas de estudo. São pelo menos três horas por dia, além das aulas”, explica.

O estudante já enxerga na música uma oportunidade de futuro. “Eu já estou ganhando bolsa lá no Basileu, e isso é um incentivo a mais”, comenta. Com planos de seguir carreira, ele pretende cursar faculdade e atuar como professor. “Quero ser professor de música e tocar em grandes orquestras. Penso alto na música.”

Aos 76 anos, Marcionílio realiza sonho de aprender violão

Aos 76 anos, Marcionílio Pires Garcia decidiu que nunca é tarde para realizar um sonho antigo: aprender a tocar violão. Aluno do Instituto, ele conta que a paixão pela música vem de família.

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Marcionílio Pires | Foto: Cilas Gontijo/Jornal Opção

“Eu gosto de música, gosto de cantar. A minha família toda canta, toca violão, sanfona. E eu nunca aprendi, né? Agora que estou aposentado, falei: agora vou aprender alguma coisa”, relata Marcionílio, animado com a nova fase da vida.

Ele elogia os professores do instituto: “São bons. Eu estou aprendendo”, afirma.

Música transforma rotina e comportamento de mãe e filha

A música entrou na vida de Maria Silva Souza, 51 anos, e de sua filha Gabriele, de forma natural e transformadora. Aluna de violino e mãe de uma estudante de teclado, Maria conta que a decisão de ingressar no Instituto Benedita Lobo veio após acompanhar as atividades musicais ligadas à igreja que frequenta.

“Eu já via os alunos fazendo demonstrações no coral e sempre tive essa vocação para a música”, relata. “Coloquei minha menina primeiro, e enquanto esperava ela nas aulas, pensei: ‘Não, eu vou fazer também, porque eu também gosto, sabe? De tocar, dessa parte aí, eu gosto muito’.”

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Maria Silva Souza | Foto: Cilas Gontijo/Jornal Opção

Maria observa que o envolvimento com a música tem gerado impactos positivos no comportamento da filha, tanto em casa quanto na escola. “Olha a concentração da minha filha, o estilo dela em relação às outras atividades escolares. Eu vejo essa melhora em relação à música, sabe? Quando ela fala que vai estudar, muda o comportamento, o semblante. Ela está amando estudar música”, afirma.

Segundo Maria, a dedicação de Gabriele tem sido notada até pelos professores: “Tem sim mudança no geral, com o pai, na escola… até os professores falam: ‘Nossa, ela é muito esperta, muito dedicada, né?’ Eu vi essa melhora depois que ela começou a praticar aula de música.”

Pai destaca avanço das filhas e acessibilidade no Instituto

O incentivo à música tem transformado a rotina da família de Dalto André Ribeiro, pai de Larissa, 9 anos, e Eloísa, 8. As meninas estudam no Instituto, onde Larissa faz aulas de bateria e Eloísa de violino.

Segundo Dalto, a escolha pelo instituto aconteceu de forma natural. “A gente estava procurando um lugar para elas estudarem e, graças a Deus, recebemos o convite. Elas estão aqui há quase um ano e têm gostado muito”, contou.

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Dalto André Ribeiro e as filhas | Foto: Cilas Gontijo/Jornal Opção

O pai também destacou que o valor das mensalidades foi um fator decisivo. “É bem mais barato. A gente já tem um gasto grande com elas nas escolas, e qualquer atividade complementar pesa muito no orçamento. Isso nos ajudou bastante, porque o preço é bem acessível. O valor que pago pelas duas não daria nem para uma mensalidade em outro local”, afirmou.

Além da acessibilidade, o avanço das filhas na música surpreendeu o casal. “Me surpreendi com o desenvolvimento delas. Em poucos meses já participaram de uma apresentação aqui, e foi uma emoção muito grande ver o quanto evoluíram nesse tempo”, disse Dalto.

A paixão pela música, segundo ele, é algo de família. “Minha esposa é musicista há muitos anos, e eu também a acompanho. Somos músicos”, completou.

Instituto Benedita Lobo amplia acesso à formação musical

Com o objetivo de democratizar o ensino musical e oferecer novas oportunidades à comunidade da Vila Nova, o Instituto mantém um projeto voltado a crianças, jovens e adultos, coordenado pelo maestro Paulo do Amaral Neves, com mais de 40 anos de experiência.

“Sou coordenador de música aqui do Instituto Benedita Lobo, maestro e regente de coral. Fui músico do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás por 30 anos e, agora na reserva, dedico minha vida a esse projeto”, contou Paulo.

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Paulo do Amaral Neves, o maestro, ao lado de alunos de violão | Foto: Cilas Gontijo/Jornal Opção

O instituto desenvolve diversas ações sociais, atendendo a comunidade goianiense, especialmente na região da Vila Nova. “Há duas escolas públicas de referência — o Gustavo Ritter e o Basileu França — que são muito procuradas. Recentemente, mais de 700 candidatos se inscreveram para estudar lá, mas apenas cerca de 100 conseguem vaga. Então, o nosso instituto vem para colaborar, oferecendo mais oportunidades para quem não consegue ingressar nessas escolas”, explicou.

Atualmente, o Instituto oferece aulas de teclado, violão, bateria, violino, viola de arco e violoncelo, com previsão de incluir instrumentos de sopro no próximo ano. O curso tem uma taxa simbólica de R$ 100 por mês, cobrindo apenas os custos dos professores.

Paulo ressalta que o instituto acolhe iniciantes. “Aqui o aluno pode vir do zero. A nossa metodologia é voltada para quem nunca teve contato com a música. A gente não faz teste de nível ou de aptidão, porque queremos dar oportunidade para todos. Muitas pessoas descobrem aqui que têm talento.”

O coordenador se orgulha de ver alunos alcançando novos patamares. “Tem um aluno, o André, que começou aqui do zero. Nós emprestamos o instrumento, ele estudou e hoje toca na orquestra do Basileu França. Passou por audição e foi aprovado. Está recebendo bolsa e continua frequentando nossas aulas.”

Ele encerra com um convite à população: “Você que tem interesse em estudar música, venha nos conhecer. A música desperta a coordenação, o raciocínio e o convívio social. Ela agrega valores e une pessoas. Estamos de portas abertas à comunidade.”

Endereço: Rua 215, nº 293, Setor Leste Vila Nova, Goiânia-GO
Contato (WhatsApp): Maestro Paulo Neves — (62) 98193-7605

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