O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (UB), reforçou críticas à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública. Segundo ele, era esperado que a PEC “resolvesse os principais desafios do crime organizado.” Ao lado do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), Caiado participou da audiência pública da comissão mista que tratou sobre as competências dos estados dentro da proposta. Caiado endossou o discurso sobre a omissão do governo federal no combate ao crime organizado. 

“Essa é a política do PT: soltar preso. Eles não querem combater crime, eles não querem ficar mal com o PCC e o Comando Vermelho, botem isso na cabeça. Vocês veem os governos do PT e veem os nossos governos, compara os índices de criminalidade. É impressionante a facilidade com que eles se expandem nesses estados e faz uma comparação com os nossos. Você vê que o custo do crime é muito alto, porque nós temos o pulso forte, nós temos a mão pesada com bandido. Bandido não se cria no estado de Goiás”, afirmou. 

O governador de São Paulo chamou a medida de “cosmética” e que não “resolveria o problema de insegurança” do Brasil. “Na verdade, a PEC é só o próprio estado admitindo que a lei do SUSP (Sistema Único de Segurança Pública) não pegou”, pontuou.

Ronaldo Caiado também voltou a defender a classificação das facções criminosas como terroristas. “Nós precisamos criar algo capaz de poder colocar aqui a inclusão do terrorismo por um fato que é fundamental. Como nós vamos enfrentar se nós não tivermos a Marinha Aeronáutica, o Exército, as Polícias Militares, as Polícias Civis? Se nós não tivermos essa integração, como nós vamos enfrentar essas facções? Quando se pede um blindado, é a necessidade nossa é da ocupação para que possamos dar mais segurança aos nossos policiais. Não, mas querem expor nossos policiais a entrar de peito aberto onde eles estão na mira do 1.50. É isso que o PT quer.”

Primeira agenda

Essa foi a primeira agenda que Caiado participou após receber alta médica após apresentar um quarto de arritmia e precisar fazer uma ablação.  Ainda durante a audiência, Caiado voltou a afirmar que a PEC pode ferir prerrogativas dos Estados e ainda apontou o impacto do crime organizado, que, segundo ele, afeta a vida de 60 milhões de brasileiros, e defendeu que a medida deveria enfrentar os “principais desafios” do setor.

Caiado também alertou para o avanço das facções, que, segundo ele, operam com armamento pesado — incluindo metralhadoras calibre .50 — e recrutam civis para milícias, especialmente na região da Floresta Amazônica. “Na Amazônia, o policial é recebido com tiro de .50, coisa que nem as polícias militares podem ter”, disse.

O governador defendeu que o relatório do deputado Mendonça Filho (UB) altere o texto original enviado pelo Ministério da Justiça, de forma a preservar as competências estaduais. A reunião deve ser a última audiência do colegiado. O relator deve apresentar o parecer ainda nesta terça, que está previsto para ser votado em plenário na próxima quinta-feira, 4. 

Audiência foi realizada na Câmara dos Deputados | Foto: divulgação

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