Quem nunca ouviu as expressões populares: “estou com nervos à flor da pele” ou “estou roxo de raiva”. Pois é, a ciência explica esses termos como sinais da saúde mental e a derme. Ambos estão diretamente relacionados, pois a pele (maior órgão do corpo humano) e o sistema nervoso (cérebro) possuem a mesma origem durante a formação embrionária.

O dermatologista Antônio Macedo esclarece que esses sinais na pele são chamados na biologia de psoríase. Isto é, uma doença inflamatória crônica, mais frequente após os 40 anos de idade. “É uma doença multifatorial. Tem pessoas que têm histórico na família de ter essa doença. Então isso seria a forma genética. É um fator importante no surgimento da psoríase. Temos ainda o estresse emocional, que é um fator agravante ou desencadeante da doença”, cita. Ele acrescenta que já atendeu casos de pessoas que têm a doença agravada por excesso de bebida alcoólica.

O especialista pontua que a psoríase pode se manifestar em qualquer parte do corpo, sendo localizada ou generalizada. “A localizada, às vezes, está apenas no couro cabeludo, às vezes nas plantas dos pés e nas palmas das mãos; algumas vezes nas unhas”, explica. “As formas generalizadas as pessoas vêm com múltiplas placas eritêmato-descamativas de tamanhos variados espalhadas pelo corpo”, descreve.

Tratamento

Antônio Macedo acrescenta que existem casos leves, moderados e graves. “Nas formas leves a gente usa medicação tópica. Então cremes, pomadas, géis e shampoos”, ensinou. Para os casos “exuberantes” são indicados: medicação, como fototerapia, utilizando luz, que modula o sistema imunológico, no entanto, o tratamento precisa de cuidados, sob orientação de dermatologista, para evitar queimaduras. A exposição ao sol é a recomendação natural para auxiliar no tratamento.  

“É preciso frisar bem que é uma doença que o tratamento é prolongado, que é um doença recidivante, às vezes a pessoas está bem e, de repente, as lesões reaparecem. É preciso que tenha um acompanhamento global do paciente. Ver as comorbidades, ver a parte emocional está afetando muito, com auxílio de profissional da área”, salienta o dermatologista.

Ele ressalta ainda que a psoríase não é transmissível. “O paciente às vezes fica inibido, em determinado ambiente, em clubes, por exemplo, até na praia, devido às lesões estarem muito espalhadas, e a pessoa fica sem querer se expor sem roupa. Isso é tranquilo, não pega nas outras pessoas, pode abraçar, pode ter contato próximo”, pontua.