Pesquisadores da Universidade de Limerick, a 200 quilômetros de Dublin, a capital da Irlanda, estudam o curioso caso de Richard Morgan. Ele tem 93 anos e está sendo investigado por seu organismo parecer “driblar” o tempo. O ex-operário mudou seus hábitos já quando era septuagenário: por volta dos 70 anos começou a se exercitar e hoje seu corpo tem a fisiologia, segundo exames laboratoriais, de uma pessoa de 30 anos, com 80% de músculos e tem apenas 15% de gordura.

Tempos atrás, Morgan começou a se dedicar ao remo indoor. Treina cerca de 40 minutos por dia, começando com uma “leve” jornada de 30 quilômetros, depois treino de musculação com pesos e outros, de alta e baixa intensidade. O irlandês já remou o equivalente a quase dez voltas em torno da Terra e venceu quatro campeonatos mundiais do esporte.

A pesquisa registrou a atividade cardíaca, pulmonar e muscular dele enquanto remava e o resultado do estudo foi publicado no Journal of Applied Physiology. Seu coração é tido como “muito forte”, com o pulso atingindo o máximo de 153 batimentos por minuto, ultrapassando em muito a frequência cardíaca máxima prevista para sua idade, com os picos mais altos registrados para indivíduos na faixa dos 90 anos.

Richard Morgan é um ex-operário que trabalhou na fabricação de baterias e também foi padeiro. Iniciou-se na prática de exercícios físicos somente depois dos 70 e se tornou um exemplo de boa saúde. Ele segue uma dieta rica em proteínas, que é fundamental para construir músculos e manter o metabolismo acelerado.

Estudos já revelaram que pessoas com 65 anos ou mais que praticam atividade física têm um risco 28% menor de mortalidade por todas as causas do que aquelas que não o faziam. Um levantamento em particular publicado na revista Circulation em 2022, revelou que aqueles que participavam de atividades físicas vigorosas entre 75 e 149 minutos por semana tinham um risco 19% menor de morte por qualquer causa; quem treinava de 150 a 299 minutos semanalmente reduzia o risco em algo de 21% a 23%.