O Hemocentro Coordenador Estadual de Goiás Prof. Nion Albernaz, da Rede Estadual de Serviços Hemoterápicos – Rede Hemo, realizou na terça-feira, 16, a primeira transfusão de sangue raro no estado.

O procedimento beneficiou um homem de 45 anos com anemia falciforme, que recebeu concentrado de hemácias anti-U, um tipo sanguíneo presente em apenas 16 pessoas no Brasil.

Após a identificação da necessidade, o Hemocentro de Goiás acionou o Cadastro Nacional de Sangue Raro (CNSR), que localizou um doador compatível em São Paulo. A doação foi realizada no último dia 11, e o sangue foi transportado para Goiânia em operação logística organizada pelo Ministério da Saúde.

O antígeno U, ausente em indivíduos com esse fenótipo raro, está presente em quase 100% dos caucasianos e em 99% das pessoas negras. A falta do antígeno pode gerar anticorpos anti-U, tornando a compatibilidade entre doador e receptor essencial.

Uma transfusão incorreta com sangue U-positivo pode causar reações hemolíticas graves. O Hemocentro de Goiás mantém um banco de doadores fenotipados, atualmente com cinco voluntários de outros tipos sanguíneos raros, como Kpb negativo e Cellano negativo.

Esses doadores podem ser acionados pelo Ministério da Saúde para apoiar hemocentros de todo o país em emergências transfusionais. O programa de fenotipagem de doadores de sangue do Hemocentro goiano permite classificar voluntários com características sanguíneas especiais.

A iniciativa reforça a importância da identificação e cadastro de doadores de sangue raro, garantindo transfusões seguras para pacientes em condições críticas em todo o Brasil.

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