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Trabalhadores e representantes de entidades ligadas à enfermagem promovem nesta sexta-feira, 10, uma grande mobilização em todo país, incluindo Goiânia. Segundo as organizações, o objetivo é cobrar celeridade do Governo Federal para que o piso dos enfermeiros seja completamente efetivado, principalmente por conta de impasses envolvendo decisões do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Durante a manhã, o Sindicato dos Enfermeiros do Estado de Goiás realizou um ato simbólico em frente ao Hospital da Mulher. Segundo o vice-presidente do sindicato, Adalberto Meira, cerca de 30 a 35 pessoas compareceram na portal do local para participar das manifestações. “Foi um ato para convocar os colaboradores que estavam por lá, importante para juntar a categoria que sofre há muito tempo e está desmobilizada, além de descrente em relação ao piso”, destaca.

Ele também contou que a escolha do local foi por conta da representação das mulheres dentro da enfermagem. “A figura feminina é muito presente na categoria, cerca de 70% sendo mulheres. Então, nada mais justo que no mês das mulheres, a manifestação seja em um hospital que cuida da saúde delas”, conta Meira.

Piso de enfermagem

Após a proposta do piso de enfermagem ser aprovada e sancionada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em 2022, Barroso suspendeu a lei porque o texto não teria esclarecido como seria feito o custeio dos recursos. Entretanto, depois de uma nova tramitação no Congresso Nacional, diversos pacotes foram aprovados para garantir o financiamento dos novos valores. Só que o ministro do STF barrou a implementação mais uma vez, agora alegando que as leis complementares não teriam sido bem descritas.

Para o vice-presidente do SIEG, Adalberto Meira, os imbróglios envolvendo o piso salarial podem ser considerados um “grande golpe político”. Algo que estaria envolvendo as redes privadas de hospitais e que causam um enorme prejuízo para a categoria.

“Mediante a isso, mais uma vez convocamos uma grande mobilização pelo Brasil”, conta a liderança sindical. “Também solicitamos uma minuta ao Ministério da Saúde, que passará pela Casa Civil e outros ministérios, para que seja enviada ao presidente [Luiz Inácio Lula da Silva] para sanção. Algo que cumprirá todos requisitos indeferidos pelo Barroso e que colocará um ponto final nessa história”, completa.

Ele explica que a minuta vai determinar todos os recursos destinados pelas leis constituídas a respeito do pagamento do piso na rede pública. Ainda considerando que assim que for aprovada, o piso dos enfermeiros será efetivado junto. “Durante a última reunião com o comitê instaurado pelo atual governo para discutir o piso, junto as centrais sindicais e federações, estipulamos o prazo até hoje, 10, para que o contracheque entrasse na conta do trabalhador, por isso realizamos a mobilização”, explica o vice-presidente.

Meira também conta que o Ministério da Saúde pediu um prazo até o dia 26 março para enviar a minuta com as correções para o presidente. Por isso, ele está esperançoso que no prazo limite de pagamento dos vencimentos do próximo mês, as empresas já realizem os depósitos com o piso salarial em prática. Algo que considera benefício para o trabalhadores da área.