Cientistas chineses acreditam que podem transformar bactérias Eschericia coli em aliadas na luta contra o câncer. Em um novo estudo, publicado na última segunda-feira, 15, na Cell Reports Medicine, o grupo descreve a criação de uma variação geneticamente modificada da bactéria E. coli capaz de elimnar o tumor em ratos. Mais estudos ainda são necessários, mas os autores acreditam que tratamentos contra câncer a base de bactérias podem se tornar realidade.

A ideia de combater a condição a partir de bactérias já é conhecida há décadas. Isso porque algumas são naturalmente conhecidas por infectar ou elimintar células cancerígenas. Ao mesmo tempo, existem alguns obstáculos no desenvolvimento do tipo de tratamento, principalmente no que diz respeito ao uso seguro em humanos.

A publicação do estaudo mostra que uma das variações da bactéria, identificada como mp105, foi criada para aplicação intravenosa, com capacidade para tratar uma grande variedade de tipos de câncer. A ideia é que a bactéria sobreviva por um curto período de tempo, às vezes por apenas algumas horas, o que limitaria os possíveis danos a celulas não cancerígenas.

Uma segunda variante, m6001, foi desenvolvida para durar mais tempo e identificar tumores sólidos no corpo. Idealmente, isso significa que as bactérias poderiam ser inseridas diratemente nos tumores, sem a preocupação de contaminação de células saudáveis.

Durante os experimentos laboratoriais, as duas variantes funcionaram como esperado. A mp105 conseguiu eliminar as células contaminadas, além de melhorar a resposta do sistema imunológico à condição e reduzir o volume de macrófagos associados ao tumor. Essas células são conhecidas pela imunidade e fortalecimento do câncer, garantindo sua sobrevivência. Já a m6001, teve um potencial anti-câncer ainda maior, com atividade eficaz contra os tumores que enfrentou. Os melhores resultados, porém, foram percebidos quando as duas variantes foram utilizadas em conjunto.

“As duas bactérias anti-câncer e suas combinações são aplicáveis a diferentes cenários, fazendo com o que a terapia bacterial para a condição seja de fácil solução”, escreveram os autores.